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ADRA apoiou três mil famílias no Huambo

Quase três mil famílias camponesas dos municípios do Bailundo, Caála e Longonjo, província do Huambo, beneficiaram, este ano, de fertilizantes e sementes agrícolas diversas, numa iniciativa da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).

A informação foi prestada, esta quinta-feira, à imprensa pela directora desta organização não-governamental angolana no Huambo, Cidália Gomes, ao referir tratar-se de 41 associações de camponeses e 24 cooperativas agro-pecuárias, distribuídas em 12 comunas e 62 aldeias dos três municípios.

Estas famílias, segundo a responsável, foram apoiadas com sementes de milho, feijão, hortícolas, batata rena e doce, para além de estacas de mandioqueira, massambala e massango, que permitiram colmatar os prejuízos provocados pelas irregularidades das chuvas nesta região do Planalto Central de Angola, durante a época agrícola 2020/2021.

Cidália Gomes informou que a o apoio da ADRA incidiu, igualmente, no reforço do conhecimento das técnicas agrícolas para 144 produtores, para a instalação de sistemas agro-florestais, numa área de 24 hectares, facto que permitiu a produção, num mesmo campo, de diversas culturas, entre frutíferas, florestais, hortícolas, milho e feijão.

Com as novas técnicas agrárias, disse, para além do asseguramento dos solos, as famílias obtiveram uma maior diversidade de culturas, para atender as necessidades básicas alimentares e, em caso de excedente, para a comercialização, na perspectiva do reforço dos rendimentos financeiros.

Informou que, nos municípios apoiados, as famílias da Caála beneficiaram de animais de pequeno porte, nomeadamente 145 caprinos e 140 galinhas, com o maior número de fêmeas, para que depois da reprodução, outros membros tenham acesso.

Destacou, ainda, o auxílio no acesso a titulação das terras para agricultura, com 16 mulheres individuais e três cooperativas agro-pecuárias beneficiárias no Longonjo, para maior abertura na candidatura aos créditos, disponibilizados pelos programas públicos em acção.

Cidália Gomes apontou o apoio na criação de sistemas de regadio, valas de irrigação e construção de represas de grande dimensão nas comunas da Calenga (Caála) e da Chilata (Longonjo), com condições para irrigar mais de 200 hectares de terra, para assegurar a produção das culturas na fase de escassez da chuva.

Para o fomento das actividades económicas às famílias, a responsável destacou o incentivo ao funcionamento das caixas comunitárias, que serve de um banco nas comunidades, com 794 produtores beneficiários, num movimento financeiro de 24 milhões 550 mil Kwanzas.

Referiu que a caixa comunitária fez com que as famílias implementassem diversas iniciativas de pequenos negócios, desde agro-pecuária, padarias, revenda de produtos industriais, com foco na diversificação das fontes de rendimento para o auto-sustento.

A responsável disse que do total das cooperativas apoiadas, 14 realizam actividade de escoamento e comercialização dos produtos, 13 voltadas às escolas de campo, 10 nas caixas comunitárias, três de transformação do milho em farinha (fuba) e uma de desbravamento da terra, com tractor.

Cidália Gomes informou que estas actividades da ADRA contaram com o financiamento da União Europeia, da Solidariedade Prática da Suécia, da Embaixada dos Estados Unidos de América e da organização Pão para o Mundo, num valor de 400 mil dólares norte-americanos.

Para além dos financiadores, disse que a ADRA possui protocolos de parcerias com o Governo provincial do Huambo, associações juvenis e instituições académicas públicas e privadas, para maior facilidade no apoio às famílias locais.

Criada em 1990, a ADRA é uma organização não-governamental angolana, vocacionada a promover o desenvolvimento democrático e sustentável, social, económico e ambiental do país, bem como a reconciliação nacional.

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