Periodicidade e duração dos furações é cada vez a maior
Que as alterações climáticas estão a aumentar de número não é novidade. A quantidade de chuva nos furacões e tempestades são a segunda maior causa de morte em catástrofes naturais. A precipitação cada vez mais abundante e os fenómenos hidrológicos extremos vão ser debatidos na COP 28, a Cimeira Mundial do Clima que amanhã, quinta-feira, dia 30, começa no Dubai.
Porque o ar está mais quente mais vapor de água fica retido e isso conduz a taxas de chuva por hora mais elevadas. Estudos recentes apontam para um aumento que pode chegar aos 11%.
Marcelo Fragoso, investigador do Instituto de Geografia e Ornamento do Território da Universidade de Lisboa, citado pela RDP África, deixa o alerta: “No que diz respeito aos eventos extremos relacionados com a precipitação intensa, estes devem merecer muita atenção de todos os decisores e responsáveis.”
Para os cientistas não há dúvidas que a crise climática já está a afectar as épocas dos furações. Exemplo disso é o Freddy, o segundo furacão mais longo da história do planeta. Durou 32 dias, formou-se no Índico, no passado mês de Fevereiro, e viajou mais de oito mil quilómetros, deixando um rasto de destruição em vários países, incluindo Moçambique. Fez quase 1500 vítimas mortais. “Este foi um dos eventos recentes que chamou atenção para a actividade dos ciclones tropicais. O prolongamento no tempo da categoria de ciclone tropical significa um grande aumento do potencial de destruição deste tipo de sistemas.”
Outra preocupação dos cientistas são as zonas montanhosas. Devido ao aumento da temperatura registam mais 15% de precipitação. As chuvas torrenciais podem ser substituídas por neve com risco de deslizamento de terras e erosão dos solos.