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Guineenses em Lisboa protestam contra a presença de Sissoco Embaló nas celebrações da Revolução de Abril

Cerca de três dezenas de activistas guineenses reuniram-se ontem, quinta-feira, dia 25 de Abril, diante da Assembleia da República, em Lisboa, para protestar contra a presença do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nas celebrações dos 50 anos da revolução do 25 de Abril. Armados com cravos brancos e cartazes com dizeres como “Sissoco Embaló Ditador” e “Marcelo lado a lado com um ditador — valores de Abril oprimidos na Guiné-Bissau”, além de t-shirts pretas alusivas a mortes, prisões e raptos políticos, os manifestantes concentraram-se desde meio da manhã.

Os activistas pretendiam alertar para o que consideram ser uma degradação da democracia na Guiné-Bissau e criticar o convite feito pelo Estado português, que segundo eles, serve para “branquear” a situação política actual do país africano. “Dada a deterioração das liberdades democráticas conquistadas na Guiné-Bissau, sentimos a necessidade de criticar o Estado português pelo convite ao Presidente Umaro Sissoco”, declarou Youssef, activista guineense na diáspora e porta-voz do grupo, à agência Lusa.

O protesto ocorre no contexto da visita oficial de Sissoco, que é um dos seis chefes de Estado dos países de língua portuguesa convidados pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, para as comemorações que tiveram lugar na tarde de ontem no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Mariano Quade, outro membro do grupo, citado pela Deutsche Welle, mostrou o seu descontentamento com a presença de Sissoco nas celebrações: “É irónico convidar um opressor para celebrar um dia que simboliza a liberdade, especialmente quando se tem uma ditadura vigente na Guiné-Bissau.” Quade questiona o propósito de tal convite num dia tão significativo para a história de Portugal e da luta pela liberdade.

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