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Angola celebra hoje 21 anos de Paz e Reconciliação Nacional

“Desenvolvimento é o novo nome da paz” palavras do Papa Paulo VI na encíclica Populorum Progressio, há mais de 40 anos e que continuam a servir para a actualidade. A paz referida nestes termos tem um sentido mais amplo, não se limita apenas a ausência de conflitos armados quer seja a nível interno ou na esfera internacional.

No dia 4 de Abril, celebra-se, em Angola, o Dia Nacional da Paz e Reconciliação, uma comemoração da assinatura em 2002 do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, com o objectivo de pôr fim há anos de confrontos armados internos.

Angola viveu durante muitos anos uma guerra fratricida que assolou grande parte da população, causou graves problemas sociais, deixando muitas sequelas nas famílias angolanas. Daí, houve, então, a necessidade da responsabilidade de assumir o compromisso na altura da assinatura dos Acordos de Paz, uma vez que todos os outros acordos assinados anteriormente haviam fracassado.

Após 27 anos de guerra civil, em 4 de Abril de 2002, o governo, liderado pelo Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), e as forças de oposição da UNITA concordaram com a cessação das hostilidades.

O tratado inicial foi rubricado em Lusaka, a capital zambiana, a 20 de Novembro de 1994, mas não conseguiu atingir seu objectivo, pois os rebeldes ignoraram os resultados das eleições gerais de 1992 e continuaram a disputa militarmente.

De modo geral, a guerra civil que se seguiu à proclamação da independência, a 11 de Novembro de 1975, deixou mais de 500.000 mortos e quatro milhões de desalojados, segundo dados da época.

Segundo o Presidente João Lourenço, o seu antecessor, José Eduardo dos Santos, merece um reconhecimento especial ao avaliar o processo de paz, pois soube ler e interpretar corretamente os sentimentos do povo angolano, que estava ansioso para estender o abraço fraterno de paz e perdão entre irmãos, filhos da mesma mãe, Angola.

“Sem dúvida, as duas maiores realizações aqui foram a independência do colonialismo português e a paz e reconciliação nacional”, disse o Presidente da República no ano passado, num discurso sobre a data.

Muitos homens e mulheres deste país ergueram o olhar para o horizonte em busca de esperanças que os ajudassem a viver, o sofrimento foi tão grande que o que se procurava no momento era apenas esquecer, para de alguma forma dedicar-se a construir o futuro de Angola.

21 anos se passaram desde a assinatura do Acordo de Paz em Angola, 21 anos em que muitas coisas mudaram no país. Celebra-se as conquistas alcançadas neste sentido.

Acredita-se que recordar este dia, faz com que cada um dos angolanos se comprometa, a partir do âmbito que lhe corresponde, a fazer o possível e credível para que a paz e reconciliação sejam os caminhos adequados para avaliar e procurar o desenvolvimento do nosso país.

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