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RDC tem pela primeira vez uma mulher como Primeira-Ministra

Após dois anos e onze meses à frente do governo da República Democrática do Congo (RDC), Jean-Michel Sama Lukonde, deixou o cargo de Primeiro-Ministro. O seu sucessor foi anunciado na segunda-feira, 1 de Abril, mais de três meses após as eleições legislativas. Trata-se de Judith Tuluka Suminwa, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo no país.

Anteriormente Ministra do Planeamento do governo de Sama Lukonde II, Suminwa foi uma das três mulheres a ocupar um cargo deste tipo naquele governo. Licenciada em economia em Bruxelas, desenvolveu a sua carreira profissional no sector bancário e no PNUD, antes de iniciar uma carreira no executivo congolês.

Iniciou a carreira política como membro do gabinete do Ministro do Orçamento, depois como coordenadora adjunta do Conselho Presidencial de Vigilância Estratégica (CPVS), uma entidade ligada à Presidência da República.

Colaboradora próxima de Félix Tshisekedi, é uma das redactoras dos discursos do Chefe de Estado, sendo as suas contribuições regularmente elogiadas pela sua pertinência, de acordo com várias fontes consultadas pela RFI. Membro da União para a Democracia e Progresso Social (UDPS), mantém estreitos laços com a família presidencial.

Efectivamente, Judith Tuluka Suminwa alinhou totalmente com as prioridades definidas por Félix Tshisekedi. “Disse ao Chefe de Estado que podia contar com a minha lealdade para o ajudar a desenvolver o nosso querido país. E que podemos, com base nos compromissos que ele definiu, trabalhar para a paz e o desenvolvimento, para que o povo possa beneficiar deste país, dos recursos que nos foram dados pelo Senhor”, disse na tomada de posse.

Nas suas primeiras palavras como Primeira-Ministra, Judith Tuluka deu claramente o mote, abordando aquele que é visto como o grande desafio de Félix Tshisekedi: a luta contra as ameaças externas e a infiltração interna. “O meu pensamento vai para o Leste, para todos os cantos do país que hoje enfrentam conflitos com inimigos que por vezes estão escondidos, que não se revelam, mas que serão encontrados e perseguidos de uma forma ou de outra. Estou a pensar nessas pessoas. O meu coração está com elas”, afirmou.

A missão Tuluka promete ser complexa, tendo em conta os colossais desafios económicos e de segurança a enfrentar, particularmente no contexto do último mandato constitucional de Félix Tshisekedi, e a sua capacidade de navegar neste ambiente político altamente explosivo, satisfazendo simultaneamente as expectativas da população, será crucial.

Considerada mais como uma tecnocrata do que como uma política, Tuluka irá agora chefiar um governo formado no âmbito de uma aliança que inclui grandes grupos políticos como o União da Nação Congolesa (UNC) de Vital Kamerhe, a Aliança das Forças Democráticas do Congo (AFDC) de Modeste Bahati e o Movimento de Libertação do Congo (MLC) de Jean-Pierre Bemba.

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