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Comité Central da Frelimo inicia-se hoje com o tema da sucessão em aberto

O Comité Central (CC) do partido Frelimo, no poder em Moçambique, reúne-se hoje, sexta-feira e amanhã, sábado, na escola do partido na cidade da Matola, província de Maputo, contudo a agenda do encontro ainda não foi divulgada.

O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), Fernando Faustino, disse, na semana passada, que o próximo encontro do CC não inclui o debate sobre a sucessão de Filipe Nyusi. “Que eu saiba, no dia 5 e 6 [hoje e amanhã], o CC vai reunir-se e tem já a sua agenda para essa reunião e, por aquilo que eu sei, não consta a questão da sucessão ou candidatos presidenciais”, afirmou.
Faustino desvalorizou comentários segundo os quais o processo de escolha de um candidato do partido às presidenciais de Outubro está a arrastar-se, frisando que “a Frelimo se organiza a tempo”. “Eu penso que isso é relativo, demora em relação a quê?”, questionou o secretário-geral da ACLLIN, admitindo, no entanto, que “não é um processo fácil”. Faustino defendeu que o partido tem de seleccionar um candidato à altura dos anseios da população moçambicana e com provas dadas de competência.
Um “elefante” da sala
Contudo ontem, quinta-feira, dia 4, justamente na reunião da ACLLIN, o órgão social mais importante do partido, o ponto alto foi a intervenção de Óscar Monteiro, ex-ministro da Presidência de Samora Machel e uma reserva moral da partido, sendo muito crítico do actual estado de coisas.
No seu estilo característico, Óscar Monteiro questionou o plenário e os participantes sobre o porquê de não se estar a discutir o essencial naquela reunião magna dos veteranos da Luta de Libertação. “Camarada Presidente, esta agenda toca questões internas e organizativas da nossa associação e esses pontos têm sido debatidos de tempo em tempo, mas não podem ignorar as questões mais importantes que o País está a enfrentar. Permitam-me a expressão de outros: há um elefante nesta sala que é as eleições. A sucessão do Poder. Estamos demasiados atrasados e arriscamos a vitória se continuarmos nesse caminho”, disse, num tom pouco habitual de quem se dirige ao chefe de Estado e presidente do partido.
O Presidente da República e do partido, Filipe Nyusi, após a pressão do veterano da luta de libertação nacional, admitiu que a agenda dos assuntos do CC de hoje a amanhã não estava fechada.
Recorde-se que Moçambique vai realizar em 9 de Outubro próximo as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.
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