Estamos juntos

Hoje, Dia Mundial do Livro, deixamos cinco sugestões de obras de autores angolanos.

 

“Luuanda”

Autor – José Luandino Vieira

Luuanda, é um dos clássicos da literatura angolana, sendo um conjunto de três estórias, «Vavó Xíxi e seu neto Zeca Santos», Estória do ladrão e do papagaio» e «Estória da galinha e do ovo», com que o autor, de forma sublime, retrata as diversas facetas da vida angolana do tempo colonial. Tal como disse o autor: «Quando escrevi Luuanda a minha preocupação era ser o mais fiel possível àquela realidade. “Se a fome a exploração, o desemprego, surgem com muita evidência, não se trata de uma atitude preconcebida, de uma atitude consciente. É porque isso era – digamos assim – o aquário onde os meus personagens e eu circulávamos…”

 

 

“Quem me dera ser onda

Autor – Manuel Rui

O romance conta uma história aparentemente simples, quase infantil, abordando temas sérios presentes na sociedade angolana, após a independência: as consequências da guerra, a condição humana, as classes sociais, a corrupção, os preconceitos, a liberdade. Escrito em 1982, as personagens principais são duas crianças e um animal – um porco. O argumento principal centra-se exatamente nestas figuras, onde nasce uma relação que era perfeitamente possível num tempo já esquecido pelos adultos. Na verdade, a figura fundamental que perpassa todo este texto é a ironia e é-o exatamente pelo facto de se incorporar a este texto, aparentemente simples e despretensioso, uma incrível mescla política e uma crítica à sociedade de Luanda da época, que esqueceu e apagou todos os valores antigos.

 

 

“Gloriosa Família”

Autor – Pepetela

O romance debruça-se durante os sete anos em que Luanda permaneceu sob dominação holandesa, no período de 1641 a 1648, tendo como foco narrativo a família de Baltazar Van Dum, um holandês católico, comerciante de escravos, que se envolve em uma série de conflitos para manter sua posição durante a guerra entre portugueses e holandeses. Toda a trama é narrada pelo escravo pessoal de Baltazar, traçando um deslocamento das vozes do colonizador e do colonizado. Este deslocamento se caracteriza pela transgressão, dado que o autor elege como narrador um escravo, mulato, mudo e símbolo das misturas de raças, crenças e culturas ocasionadas pelo colonialismo.

 

“Os da minha rua”

Autor – Ondjaki

Neste livro Ondjaki passeia pela infância vivida em Luanda nas décadas de 1980 e 1990. Os limites entre biografia e ficção são continuamente desafiados: basta observar o tom intimista a mesclar-se continuamente a uma perspectiva histórica. Dessa forma Ondjaki amplia os horizontes de sua

literatura conduzindo os leitores a cenas de caráter intimista que levam ao registro de uma época em Angola. Os da minha rua revela grande mobilidade não só pelo olhar intimista que se expande ao registro histórico: os 22 textos desta obra podem ser lidos como unidades autónomas que valem por si mesmas (como se fossem contos) mas também podem ser lidos feito capítulos de um romance.

 

“A rainha Ginga”

Autor – José Eduardo Agualusa

A Rainha Ginga, conta a vida fantástica de Dona Ana de Sousa, a Rainha Ginga (1583-1663), cujo título real em quimbundo, “Ngola”, deu origem ao nome português para aquela região de África. É a história de uma relação de amor e de combate permanente entre Angola e Portugal, narrada por um padre pernambucano que atravessou o mar e recorda personagens maravilhosos e esquecidos da nossa história – tendo como elemento central a Rainha Ginga e o seu significado cultural, religioso, étnico e sexual para o mundo de hoje.

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