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Revista Òmnira homenageia 440 anos de Njinga Mbande

Pesquisas feitas, de forma detalhada, sobre a vida e o percurso da Rainha Njinga Mbande resultaram na produção da revista “Òmnira”, da autoria de Roberto Leal, lançada, na quarta-feira, no Instituto Guimarães Rosa, em Luanda, em homenagem aos 440 anos da Soberana dos reinos do Ndongo e da Matamba.

A revista, produzida pela editora Òmnira, já foi apresentada no Brasil e descreve também o início da carreira da jovem poetisa Wendi Bocado, para além de deixar um registo científico sobre a vida e obra da Rainha Njinga Mbande, especialmente para o público no Brasil.

A apresentação da revista mereceu momentos de boa música. Logo à entrada, os convidados eram recebidos com frases do escritor Roberto Leal, na parte inferior e superior onde foi montado o cenário. Uma destas frases despertou a atenção do público: “Quem não lê, pouco sabe, em nada opina, só ouviu dizer”, dando as boas-vindas aos convidados.

Para dar início à actividade, o músico António Morango subiu ao palco para apresentar o clássico angolano “Muxima”, enquanto o apresentador Ismael Farinha tecia algumas considerações à volta do tema. O momento seguiu com a interpretação do título “Azula”, de Gabriel Tchiema, um clássico da música nacional de raiz e que mereceu muitos aplausos do público.

Em homenagem ao escritor e jornalista Roberto Leal, pelos seus feitos por Angola, a organização escolheu alguns artistas para fazerem parte da sua jornada, como por exemplo as poetisas Lesliana Ngola, Quereni Pedro e Wende Bocado, Poeta Gago do Musseque, que recitaram poemas em homenagem ao escritor brasileiro.

Ainda no momento de homenagem, Iracelma Major, que fez formações online com o escritor e jornalista Roberto Leal, a partir do Brasil, entregou livros para o acervo da Biblioteca do Instituto Guimarães Rosa, uma doação da Casa de Cultura de Angola no Brasil, num gesto de agradecimento e de cooperação entre os dois países e povos.

À saída do auditório, o escritor Roberto Leal explicou que a pesquisa contou com registos mais antigos retirados da Internet, do escritor angolano John Bella e de alguns arquivos. “A figura de Njinga Mbande é muito estudada no Brasil, principalmente nas universidades”, realçou.

Quanto ao dicionário “Angolês”, o escritor acrescentou que a ideia se deu porque no Estado da Bahia, na cidade de Salvador, onde vive, também é falado calão, que foi designado como “Baionês”. “Procurei fazer pesquisas minuciosas às gírias, aos ditos populares e ao calão angolanos para produzir o dicionário”, contou Roberto Leal.

A actividade contou, igualmente, com a venda e sessão de autógrafos do dicionário “Angolês ”e da revista “Òmnira”, assim como a venda de alguns livros da editora do escritor.

Jornalista, escritor, fotógrafo, editor, activista cultural e formador, Roberto Leal é autor, dentre muitos títulos, de “Cárcere de Poemas”, lançado em 2000, “C’alô & Outros Poemas” (2012) e “C’álô & Crónicas Feridas” (2015), todos publicados pela editora Òmnira.

Colabora igualmente em revistas e jornais, no Brasil e noutros países, e é organizador de colectâneas e antologias, em poesias e contos, no Brasil, em Angola e em Moçambique. Tem mais de 600 trabalhos editados e publicados, entre poesias, contos, crónicas e artigos.

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