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Morreu o arquitecto que ajudou a construir o Moçambique independente

O arquitecto moçambicano José Alberto Basto Pereira Forjaz faleceu na madrugada de ontem, terça-feira, dia 25, em Lisboa, após uma longa batalha contra um cancro.

José Forjaz nasceu em 1935, em Coimbra, e viajou ainda criança, com os pais e irmãos, para Lourenço Marques (actual Maputo), onde a família se radicou.

Começou a trabalhar em meados dos anos 50 como desenhador dos Serviços Provinciais de Obras Públicas e como estagiário junto do arquitecto Pancho Guedes.

Mais tarde volta a Portugal para estudar na Escola de Belas Artes do Porto e colabora com os arquitectos João Andresen, Arnaldo Araújo e Octávio Lixa Filgueiras. Após concluir o curso, em 1966, trabalhou no escritório dos arquitectos Francisco da Conceição Silva, Maurício de Vasconcelos e Bartolomeu Costa Cabral. Obteve o diploma de Master of Science in Architecture na Universidade de Columbia em Nova Iorque.

Em 1968 regressou a África, abrindo um escritório privado em Mbabane, ESwatini, e, mais tarde, no Botswana, países onde executou inúmeros projectos durante os sete anos que ali permaneceu até ao retorno a Moçambique, nos fins de 1974, quando já estava em funções o governo de transição. Entre 1975 e 1985 desempenhou cargos no governo (Conselheiro do Ministro das Obras Públicas e Habitação e Secretário de Estado do Planeamento Físico, Deputado à Assembleia Popular), reservando a prática da arquitectura exclusivamente para projectos institucionais.

A partir de 1985, é encarregado de organizar e dirigir a Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane, tendo regido vários cursos de composição, história da arquitectura, paisagismo, e orientado as teses de formatura da maioria dos graduados. Em 2009 retira-se do ensino universitário.

É titular do escritório José Forjaz – Arquitectos, em Moçambique. No seu currículo, conta com dezenas de projectos desde residências de representantes de organismos internacionais, de embaixadores e chefes de estado, até polos universitários e culturais. O Monumento à Mulher Moçambicana, o Monumento a Samora Machel, o Campus da Universidade de Botswana e Lesotho, na Suazilândia, o Parlamento Pan-Africano, a igreja do Seminário da Matola e as casas Roxo Leão pai e filho merecem especial destaque.

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