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Portugal é o 5.º maior credor externo de Angola

Esta tem sido uma das prioridades explícitas do governo de João Lourenço, o Presidente angolano, que frisou a importância do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), na economia do país aquando da aprovação da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2023.

Portugal é o quinto maior credor externo da economia angolana, com um stock de 775,1 milhões de dólares no final do terceiro trimestre do ano passado, num total de quase 52 mil milhões de dólares, dominado pela banca comercial.

A China lidera a lista, sendo Angola também o país africano a quem Pequim mais emprestou dinheiro, mas os investimentos têm demorado a mostrar o acréscimo de produtividade pretendido.

Os fortes laços culturais, históricos e até familiares ajudam na presença de empresas portuguesas na economia angolana, que tem vindo a fazer um esforço para reduzir a sua dívida pública aplaudido por Lisboa.

De acordo com o jornal português NOVO, a estratégia da redução da dívida foi possível graças à valorização do kwanza, impulsionado por reformas cambiais e por um disparo na cotação do petróleo nos mercados internacionais.

Apesar das melhorias na vertente da dívida pública, a relação de Angola com os credores externos tem vindo a deteriorar-se desde 2017, quando a dívida externa recuou para 43,3 mil milhões de dólares, uma queda, na altura, de pouco mais de mil milhões de dólares em relação ao ano anterior.

Desde então, a tendência de ano para ano tem sido de aumento do indicador, que chegou a novo pico no final do terceiro trimestre de 2021. Naquele ano, Portugal registava não só um montante mais baixo do que na leitura mais recente, com 638,9 milhões de dólares, como ficava bastante mais abaixo na lista de credores angolanos, ultrapassado por Japão, Brasil, Espanha e África do Sul. O valor atingiu um pico no terceiro trimestre de 2019, com 959,1 milhões de dólares, mas o decréscimo tem sido mais lento do que com aqueles países, que viram, entretanto, os montantes em dívida significativamente reduzidos.

Esta tem sido uma das prioridades explícitas do governo de João Lourenço, o Presidente angolano, que frisou a importância do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), na economia do país aquando da aprovação da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2023.

O documento, que foi hoje aprovado na globalidade pelo plenário da Assembleia Nacional com 124 votos a favor, 86 contra e nenhuma abstenção, prevê um pacote de 429 mil milhões de kwanzas (850,6 milhões de dólares) para regularizar estas dívidas, numa iniciativa já elogiada pela República Portuguesa.

Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros avançou ao NOVO que se trata de um “esforço que tem sido feito pelo executivo angolano no sentido de procurar regularizar a dívida em atraso”, ao passo que, quanto “à dívida não certificada, esta tem sido tratada caso a caso” num “contacto regular e construtivo, aos níveis político e diplomático”.

Em declarações ao NOVO, Fernandes, Wanda, coordenador do Centro de Investigação Social e Económica (CISE) da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, explica que, “em 2021, Portugal liderava a lista de projectos de investimentos aprovados por volume, por exemplo, à frente de países como a China”, o que mostra bem a importância do sector produtivo português no país.

Por outro lado, “o executivo angolano tem dado indicações de estar nesta altura a tratar de aproveitar os excedentes do petróleo, ou seja, a diferença entre o preço inscrito no OGE e o preço nos mercados, para regularizar a dívida” a credores internacionais.

Dados do Ministério das Finanças de Angola apontam para uma dívida pública em 61% do PIB no final de 2022, ou seja, uma redução bastante substancial em relação aos 86,3% do ano anterior, e ainda mais considerando que o indicador chegou a estar em 136,8% em 2020, o seu máximo histórico. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja presença em Luanda é já quase uma constante, antevê um valor ainda mais baixo, de 56,6%.

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