Paula Chiziane defende empoderamento feminino submisso à realidade cultural
A escritora moçambicana Paula Chiziane encorajou, no Luena, província do Moxico, leste de Angola, a promoção da emancipação e empoderamento feminino, desde que respeite a realidade cultural africana para elevar a consciência da africanidade.
Para a escritora, potencializar o que a mulher africana tem, é uma das melhores formas de empoderamento do género, passando por conhecer melhor seu passado, entender o seu presente e perspectivar o seu futuro.
Paula Chiziane fez tais considerações durante um “Café Literário”, projecto organizado pela livraria Muyombo, que visa promover a literatura e a cultura no seio da juventude.
Defende igualmente a necessidade de se ter “modelos úteis” na sociedade, como foi no passado, lembrando a emancipação e as lutas travadas pela Rainha N´Zinga Mbande, Cleópatra, entre outras, para independências dos seus países.
É entendimento de Paula Chiziane que a falta de referências tornam as pessoas manipuláveis em função do fenómeno da aculturação que vai se impondo um pouco por toda parte.
Nesse Café Literário que visou, igualmente, elucidar os jovens sobre a origem do povo Cokwe, o Rei Mwatxissengo Wa Tembo, soberano dos cokwes, disse que essa etnia possui diversas tribos como Luvales, Nganguela, mundas que, antigamente, tinham uma aliança designada “povo Lunda“.
Lembrou que os Cokwe, residente maioritariamente no leste de Angola, na Lunda Sul, Lunda Norte e no Moxico, passaram por uma tribulação metamorfósica.
A aludida tribulação, recordou, consistiu na violação das regras do reinado, protagonizado pela filha do Rei Conde Matete, Rainha “Lueje Ankonde”, facto que levou os restantes integrantes da família real, como Ndonje e a sua sobrinha Samaba, a se retirar e procurar outras terras para governar e constituição do seu poder.
Nessa senda, disse o 11ª rei da linha Cokwe, nasce várias tribos, sendo que o Mwatchiavua liderando os Lundas, Nhakatolo os Luvale e Mwaxissengue Wa Tembo para os Cokwe.