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Novo governo da África do Sul tem 32 ministérios, 12 nas mãos da oposição

O novo governo da África do Sul será composto por “uma diversidade de partidos políticos”, anunciou a presidência, embora o ANC mantenha 20 dos 32 ministérios, incluindo pastas-chave como os Negócios Estrangeiros, as Finanças, a Defesa, a Justiça e a Polícia.

Assim, foram incluídos no novo gabinete com 32 ministérios (mais 2 do que o anterior) 20 ministros do CNA, 6 do DA, 2 do Partido da Liberdade Inkatha (IFP), 1 do partido GOOD, 1 da Aliança Patriótica (PA), 1 do Congresso Pan-Africanista (PAC) e 1 da Frente da Liberdade Mais (VF Plus).

Os outros quatro pequenos partidos, incluindo o partido muçulmano Al Jamaah, foram incluídos no governo com um vice-ministro cada. O líder do Al Jamaah, Ganief Hendricks, foi nomeado Vice-Ministro do Desenvolvimento Social.

O uMkhonto weSizwe (MK), o terceiro maior partido no parlamento, liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, tornou-se o novo principal partido da oposição, enquanto o quarto partido, os Combatentes da Liberdade Económica (EFF), também tomou o seu lugar nas fileiras da oposição.

O líder do principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), John Steenhuisen, entra para o Governo como ministro da Agricultura. O seu partido detém seis pastas, incluindo o Ambiente, Assuntos Internos e Obras Públicas, Educação e Comunicações.

“O estabelecimento de um governo de unidade nacional na sua forma actual não tem precedentes na história da nossa democracia”, afirmou Cyril Ramaphosa numa declaração transmitida pela televisão.

O chefe de Estado, de 71 anos, tomou posse na semana passada para um segundo mandato de cinco anos, após as eleições gerais de 29 de Maio e depois de o ANC ter celebrado um pacto sem precedentes com a Aliança Democrática, um partido liberal de centro-direita liderado por Steenhuisen.

De acordo com o DA, o gabinete de coligação representa uma “nova era na jornada democrática da África do Sul”, na qual haverá “tolerância zero para a corrupção”.

Prioridade para o crescimento económico, combate ao desemprego

A prioridade do novo governo será restaurar o “rápido crescimento económico” da principal potência industrial africana e “a criação de uma sociedade mais justa, combatendo a pobreza, a desigualdade e o desemprego”, sublinhou o Presidente sul-africano.

Este governo foi composto de forma que “todos os partidos possam participar de forma significativa no executivo”, destacou ainda Ramaphosa.

A África do Sul só foi liderada por um governo de coligação uma vez, durante as circunstâncias excecionais da transição democrática, após o fim do regime do apartheid, com Nelson Mandela como presidente e Frederik de Klerk como vice-presidente.

A actual formação governamental é o resultado do recuo esmagador do ANC nas eleições gerais. O partido histórico sul-africano obteve apenas 40% dos votos no final das eleições, mantendo somente 159 dos 400 lugares no parlamento, seguida da DA, que obteve 87 lugares, com 21,8% dos votos.

No total, onze partidos assinaram um acordo para formar um governo de coligação. Cyril Ramaphosa deverá apresentar as linhas gerais do seu novo governo na abertura do parlamento, em 18 de Julho.

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