Coro de críticas da oposição na passagem de mais um aniversário da independência da RDC
Ontem, domingo, dia 30 de Junho, a República Democrática do Congo (RDC) comemorou o 64º aniversário da independência nacional. Não houve celebrações oficiais, mas unicamente discursos.
O Presidente Félix Tshisekedi elogiou as suas realizações à frente do país, mas a sua intervenção na TV estatal, foi muito criticada pelos opositores e pela sociedade civil, que o acusaram de demagogia.
Para o político da oposição Moïse Katumbi, “nada está a ser feito por actual governo em exercício, o sofrimento é total”. Num tom irónico, citado pela RFI, inquiriu: “Pergunto-me se ainda conseguiremos chegar ao próximo 30 de Junho. Penso nos meus irmãos e irmãs do Leste que morrem todos os dias, no sistema social que já não funciona, na interferência na justiça, cultivo do ódio, do tribalismo, do nepotismo, do crime e do banditismo em vez de reduzir o modo de vida do Estado para que a população possa sobreviver”, denunciou.
Para Moïse Katumbi, 64 anos após a sua independência, a RDC carece de um líder visionário. Esta opinião é partilhada por Martin Fayulu, que acusa Tshisekedi de estar na origem dos actuais males do país, a começar pela insegurança no Leste e pela corrupção. “É imperativo esclarecer todos os casos de corrupção e de desvio de fundos públicos identificados até à data. Todos os ladrões de fundos públicos, antigos e recentes, devem ser levados à justiça.”
O movimento de cidadãos ‘La Lucha’, por seu lado, afirma que a colonização belga, que terminou em 1960, deu lugar a “uma casta oligárquica rotativa”. O movimento acusa os detentores do poder de terem hipotecado a independência e a soberania do país, mais uma vez “tendo como pano de fundo o seu apetite voraz pelo lucro.”