Bananas: o diamante verde da economia angolana
Terminou, no último sábado, a 10ª edição da Feira de Produção da Banana (FEIBA). Realizada na localidade do Panguila, município do Dande, a organização foi do Governo Provincial do Bengo.
O evento contou com a participação de 368 expositores ligados aos sectores Agrícola, Industrial, Mineiro, Banca e Serviços, e decorreu sob o lema: “A produção da banana, na vanguarda da diversificação da economia e auto-suficiência alimentar”.
Maria Antónia Nelumba, governadora da província do Bengo, citada pela publicação online ‘Africa News’, falou sobre este sector em expansão: “Vamos continuar a produzir e a investir na transformação da banana, para beneficiarmos toda a cadeia produtiva.”
Esta 10ª edição superou as expectativas dos organizadores em termos de afluência e de resultados. De acordo com os dados avançados, os 368 expositores presentes, entre os quais 324 da Bengo, realizaram um volume de negócios de 129 milhões e 515 mil kwanzas, superior aos 100 milhões previstos pelos organizadores.
“Vamos continuar a produzir e a conquistar novos mercados. A nossa filosofia de funcionamento é produzir 70% para o mercado interno e 30% para exportação. Exportamos para vários países, nomeadamente Europa, África do Sul, Namíbia, RD Congo e Rússia, e vamos continuar a produzir e a conquistar novos mercados”, afirmou Hélder Cardete, representante da Novagrolíder, o maior grupo de produção agrícola de Angola.
Desde que o Presidente angolano João Lourenço lançou o desafio de diversificar a economia angolana através da agricultura, para não depender apenas do petróleo e investir neste sector intemporal, a banana tornou-se o diamante verde de Angola para a diversificação da economia.
Angola maior produtor africano de bananas
Os visitantes da feira puderam fazer as suas compras e aproveitar os preços baixos: “Os preços são acessíveis, um cacho de bananas custa 2.000,00 kwanzas, 3.000,00 kwanzas, estou mesmo satisfeita”, disse, à ‘Africa News” Ester Jamba, uma visitante do certame.
No continente, a concorrência no sector da produção de banana é feroz. Algumas empresas estão a investir em alta tecnologia para aumentar a sua produção. No entanto, isto exige a formação de uma mão-de-obra especializada e técnica que ainda não existe muito em África. Trata-se de um investimento dispendioso a curto prazo, mas, a longo prazo, a ideia é substituir este serviço importado por mão-de-obra local formada.
“Na verdade, trouxemos uma grande quantidade de bananas do município de Nambuangongo, bananas boas, de muito boa qualidade, e a feira está a correr muito, muito bem, com uma concorrência muito forte”, referiu Celma, expositora pela primeira vez.
Refira-se que Angola é o maior produtor de banana de África e o sétimo do mundo, com uma oferta anual de mais de quatro milhões de toneladas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).