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Semba domina desfile dos grupos da classe B

O semba dominou, domingo, em Luanda, o desfile competitivo da classe B, dos adultos, realizado na Marginal da Praia do Bispo, na presença de milhares de foliões, que foram assistir ao regresso da “festa das multidões”.

O União Mundo Real de Cacuaco foi o primeiro a desfilar. Com a canção “Guardião da Paz”, o grupo brindou o público com um espectáculo de dança, no qual a canção e a coreografia deram aos foliões momentos de alegria.

O grupo levou à Marginal como alegoria uma “Kupapata” (moto de três rodas), na qual prestou uma homenagem a todos os soldados desconhecidos. O comandante do Mundo Real de Cacuaco, Luís Tomás, disse que o grupo pretende ficar entre os cinco primeiros da classe B e na próxima edição dançar no desfile central.

O segundo grupo a desfilar foi o União Povo da Samba, que homenageou a Avó Mabunda (diva do povo), por ser um dos principais rostos de referência do Distrito Urbano da Samba, pelo comércio de peixe.

O grupo união Jovens do Prenda, que desfilou pela primeira vez, foi o terceiro na ordem do desfile e levou à Marginal o tema “Povo Khoisan do Sul de Angola”, musicalizado por Tony do Fumo Júnior, uma canção que homenageia o continente africano e alguns líderes que defenderam o africanismo como Agostinho Neto, Nelson Mandela e Kwame Nkrumah.

A ordem de desfile levou ainda ao “palco” da Marginal os grupos união Juventude do Kapalanga, de Viana, 28 de Agosto, do Kilamba Kiaxe, Geração Sagrada, de Viana, Nova Geração do Mar, da Samba, Kwenha, do Kilamba Kiaxi, Twafundumuka, do Rangel, Estrela Kazucuta do Cazenga, 17 de Setembro, do Kilamba Kiaxi, Café de Angola, do Kilamba Kiaxi, Kazucuta do Sambizanga e o União Petrolíferos do Cazenga.

O União Operário Kabocomeu, do Zambizanga, um dos grupos mais antigos do Carnaval de Luanda, foi a 12ª agremiação a desfilar e uma das mais aplaudidas pelo estilo de dança apresentado, a kazucuta.

Apesar dos grupos terem pedido à Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL), numa reunião, para desfilar este ano sem uma alegoria, por falta de condições financeiras, ontem, alguns conseguiram.

O desfile da classe B, de adultos, do Carnaval de Luanda ficou marcado pela presença do ministro da Cultura, Filipe Zau e da secretária de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, assim como do governador Manuel Homem, os vice-governadores para a área Política e Social, Manuel Gonçalves, e Económica, Gilson Carmelino.

INEMA sem casos de vulto

O Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA) não registou nenhuma ocorrência significativa, disse o responsável interino da Secção de Atendimentos  Pré-hospitalar da referida instituição.

João Brandão informou que no sábado, durante o desfile da classe infantil, o INEMA atendeu 12 pessoas, das quais 11 foram socorridos no local e uma teve de ser transferida. A causa, contou, foi esgotamento físico e cefaleia.

O representante fez saber ainda, que o INEMA disponibilizou para o desfile da classe B, cinco ambulâncias e montou dois postos médicos, para qualquer tratamento clínico ou de trauma. “Para o acto central, o INEMA vai ter 60 profissionais, dos quais dez médicos, 40 enfermeiros e dez condutores. A ideia é conseguir atender todas as ocorrências”, reforçou.

Segurança

No segundo dia do Carnaval de Luanda, 50 mil efectivos da Polícia Nacional estiveram de prontidão, para manter a segurança dos foliões, que foram à Marginal da Praia do Bispo.

Numa tarde de sol, os efectivos procuraram manter a segurança no espaço da pista e areias adjacentes, inclusive a Feira da Alimentação do Carnaval, onde havia muitos farristas.

Hoje, dia do acto central, em que desfilam os candidatos da classe A, de adultos, o segundo Comandante da Polícia Nacional de Angola (PNA), em Luanda, Comissário – Mateus André, prometeu prontidão dos efectivos e resposta a altura de qualquer transgressão.

A Polícia Nacional, informou, mobilizou 800 mil efectivos, para manter a segurança de todos indivíduos que estiverem na Marginal. “Durante os dois primeiros dias de Carnaval, não tivemos nenhum problema. O mesmo se espera no dia de hoje, a partir das 16h00”, afirmou.

  Herança cultural dos luandenses em exibição esta tarde na Marginal

O grupo União Twabixila, do município de Viana, que ascendeu, em 2020, ao escalão principal, abre, hoje à tarde, o desfile competitivo do Carnaval luandense, com o estilo de dança (dizanda), como ditou o sorteio. O União Sagrada Esperança, que também regressa à “primeira divisão”, é o segundo a desfilar.

O sorteio ditou que após a abertura, pelos dois primeiros, desfilam os grupos União Kiela, Povo da Quissama, Njinga Mbande e Mundo da Ilha, vencedor da última edição na classe A, do Carnaval de Luanda, com um total de 590 pontos, permanecendo na história como o mais titulado, 14 troféus. Na sequência, seguem-se o Recreativo do Kilamba, Etu Mudietu, 10 de Dezembro, União 54, Jovens da Cacimba, Amazonas do Prenda e União Giza do Distrito Urbano do Rangel, que vai encerrar esta edição. Hoje, espera-se que milhares de foliões, provenientes de vários bairros de Luanda, vão à Nova Marginal da Praia do Bispo para dançar o Carnaval, a maior manifestação cultural do país. Cor, alegria e muita diversão é o que se espera hoje, ao cair da tarde até a noite na Marginal da Praia do Bispo. Este ano, o Mundo da Ilha propõe como tema “Produção Nacional”.

Pela elevada importância no combate à pobreza, já que é gerador de emprego e simultaneamente representa um forte contributo para a diversificação da economia, o sector agrícola no país é a aposta do grupo. Para esta edição, o grupo espera conseguir levar à Marginal da Praia do Bispo mais de dois mil e 500 foliões. Terceiro a desfilar, o grupo carnavalesco União Kiela vai, nesta edição, homenagear as Gingas do Maculusso, pelos 40 anos de existência. O União Recreativo Kilamba, criado no dia 27 de Julho de 2015, quer continuar a manter a criatividade e peculiaridade no Carnaval de Luanda.

Com alguns “segredinhos e mistérios” à volta da preparação do grupo e do próprio tema, tudo para não entregar o “ouro ao bandido”, o URK, por isso, trabalhou por formas a estar entre os três primeiros.

A força de vontade e determinação têm sido a palavra de ordem utilizada para descrever o estado de ânimo do grupo. Reconquistar o título este ano, em posse do “rival” Mundo da Ilha é seguramente uma das apostas. Da galeria do grupo do Rangel constam já os títulos do Carnaval de Luanda, em 2018 e 2019, na classe A, e na classe B, um título conquistado em 2016.

O grupo União Njinga Mbandi, que conquistou os títulos em 2013 e 2016, tem procurado dar maior visibilidade na valorização e difusão do estilo “cabecinha”, enquanto elemento de grande relevo da identidade nacional é um dos fortes candidatos deste ano. O desafio, certamente, é superar o segundo lugar obtido, consecutivamente, nas duas últimas edições do Carnaval, na classe A, de adultos.

O desfile de hoje opõe “crónicos” candidatos, vencedores de edições passadas contra emblemáticos e emergentes grupos que procuram pelo título pela primeira vez. Hoje os bilhetes serão comercializados para o acesso às bancadas, contrariamente aos desfiles realizados, ontem, na classe B e infantil, no sábado, cujos acessos foram livres.

As altas temperaturas que se registam nos últimos dias na capital do país, podem ser um dos factores negativos e tirar algum brilho na competição.

De uma maneira geral, os grupos nos últimos tempos têm procurado dar uma resposta positiva ao apresentarem algumas inovações, no sentido de poder convencer o júri. Desta forma, muitos apostam em temas actuais que procuram retratar o crescimento económico e social do país.

  Exibições levam o público ao delírio

Apesar do sol que a capital do país registou ontem, segundo dia do desfile do Carnaval de Luanda, edição 2023, vários foliões desceram à Marginal da Praia do Bispo, com o intuito de ocupar os melhores lugares nas bancadas, para ver a evoluir os grupos carnavalescos da classe B de adulto.

O movimento frenético do foliões deveu-se ao facto de nos dois primeiros dias de desfile o acesso às bancadas terem sido grátis. Crianças, adolescentes e adultos de vários mu-nicípios e bairros de Luanda assistiram de forma condigna ao desfile da classe B.

Muitos dos foliões que ontem se deslocaram à Marginal da Praia do Bispo aproveitarem a oportunidade para adquirirem ingressos para assistirem hoje, ao desfile central do Carnaval de Luanda. Os ingressos estão a ser comercializados no valor de quinhentos Kwanzas a pulseira e mil Kwanzas o convite.

Ontem, a música ambiente começou a ser ouvida às 16h00. No espaço foram montadas dez bancadas, das quais uma super vip para as entidades e convidados especiais.

As bancadas destinadas ao público estiveram lotadas e muito organizadas, com espaço para cada um dançar o Carnaval e mostrar a “ginga” e troques dos bairros suburbanos da capital do país.

Entre os foliões, ontem, na Marginal da Praia do Bispo, havia pessoas que nunca presenciaram ao vivo um desfile da grande manifestação cultural do povo angolano, alguns porque não residiam no país e outros por falta de interesse.

A ansiedade dos convivas foi notória, depois da ausência de dois anos dos desfile na Marginal, devido à situação da pandemia  da Covid-19, que assolou o mundo, nos últimos dois anos.

O movimento ficou mais frenético quando os grupos carnavalescos da classe B começaram a desfilar na Marginal, todos a saber na ascensão no próximo ano na classe A. O grupo União Povo da Samba, que foi o segundo a desfilar, foi muito aplaudido e levou o público ao delírio, de forma dançante e muito expectante para os foliões.

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