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Presidente chinês quer ver mais pontes entre os EUA e o seu país

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou esta quinta-feira, dia 15, à construção de “mais pontes” com os Estados Unidos de América (EUA), num jantar com empresários norte-americanos em São Francisco, na costa leste do país.

Xi Jinping participou no evento, depois de uma reunião com o homólogo norte-americano, Joe Biden, para tentar estabilizar os laços e evitar que a relação, cada vez mais competitiva, resulte num conflito aberto.

“Temos de construir mais pontes e pavimentar mais estradas para que os povos dos dois países interajam. Não devemos erguer barreiras (…)”, afirmou o líder chinês, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Xi considerou que Washington não devia ver a China como o principal concorrente e garantiu que o país está pronto para ser um “parceiro e amigo” dos EUA, com base nos princípios fundamentais do “respeito, coexistência pacífica e cooperação para benefício mútuo.”

“Se uma das partes encarar a outra como o principal concorrente, desafio geopolítico e ameaça, isto só conduzirá a políticas desinformadas, acções mal orientadas e resultados indesejáveis”, afirmou o Presidente da China, explicando que o seu país “não vai travar uma guerra fria ou quente com ninguém. Independentemente do nível de desenvolvimento que alcançar, a China nunca vai procurar a hegemonia ou a expansão e nunca vai impor a sua vontade aos outros.”

O líder chinês mencionou igualmente as principais iniciativas multilaterais de Pequim, incluindo o gigantesco projecto de infra-estruturas internacional Faixa e Rota e as iniciativas de Desenvolvimento Global, Segurança Global e Civilização Global, “sempre abertas a todos os países.” Anunciou igualmente que o país está disposto a convidar 50 mil jovens norte-americanos a viajar para a China, nos próximos cinco anos, no âmbito de programas de intercâmbio e académicos destinados a reforçar as relações entre os dois povos.

O jantar, realizado no âmbito do Fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) que decorre em São Francisco até sexta-feira (17), reuniu magnatas e presidentes executivos como Elon Musk, da Tesla e da SpaceX, Tim Cook, da Apple, Jane Fraser, em representação do banco Citigroup, Darren Woods, da petrolífera ExxonMobil, e Satya Nadella, da Microsoft.

O evento contou também com a presença da secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, que visitou a China este ano, bem como do embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, dos presidentes executivos das gestoras de activos BlackRock, Blackstone e Bridgewater, e do banco Citadel Securities.

Alguns políticos republicanos criticaram a reunião por branquear a imagem da potência asiática que, de acordo com o congressista Mike Gallagher, é responsável por um “genocídio contra milhões de homens, mulheres e crianças inocentes em Xinjiang”, região do noroeste da China onde vive a minoria étnica de origem muçulmana uigur.

A China está a tentar reanimar a economia, que tem recuperado mais lentamente do que o previsto depois de três anos de pandemia de covid-19 e da crise imobiliária.

A visita de Xi aos Estados Unidos surgiu também numa altura em que as empresas norte-americanas e ocidentais estão a tentar reduzir o risco nas cadeias de abastecimento, transferindo algumas das operações para fora da China.

 

Em Outubro, os EUA aumentaram as restrições às exportações para a China de semicondutores e de tecnologia para o desenvolvimento de Inteligência Artificial, ao que Pequim reagiu com controlos das exportações de grafite, crucial para o fabrico de baterias de veículos eléctricos.

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