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Membros do Conselho de Segurança da ONU ainda estão despreparados para a reforma

Os 15 membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas “não estão preparados” para a reforma que os demais países do mundo solicitam há mais de 30 anos, admitiu, em Luanda, o representante permanente do Kuwait junto da ONU, Tareq Albanai.

Tareq Albanai, ao falar via Zoom, no debate sobre a “Reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas para Fortalecer o Regime Multilateral”, à margem da da 147ª Assembleia da UIP, que decorreu de 23 a 27 de Outubro, em Luanda, disse que no núcleo da organização o que menos se aborda é a reforma.

A ONU, frisou Tareq Albanai, apesar de ser uma instituição com foco na pacificação do mundo, uma missão que nos últimos 30 anos não consegue manter, enfrenta ainda graves problemas internos que se têm reflectido no surgimento de novas zonas de conflitos armados e muitas delas violentas.

De acordo com o representante permanente do Kuwait junto da ONU, o apelo feito pelo Comité Permanente para as Políticas da UIP durante o debate sobre a “Reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas para Fortalecer o Regime Multilateral”, na última quinta-feira, que exige a reforma do órgão, faz sentido, porém nada indica que venha acontecer tão cedo.

Tareq Albanai sublinhou que a ONU, além de ter a grande responsabilidade da resolução de vários problemas mundiais, desde as guerras, fome, ajuda humanitária, alterações climáticas e outras situações da geopolítica, também tem dificuldade em manter o diálogo com os membros do núcleo.

Questionado pela representação do Egipto no Comité Permanente para as Políticas da UIP para quando será a reforma da ONU e se os actuais membros sabem do real problema que o mundo vive, Tareq Albanai respondeu, simplesmente, que os “actores” da instituição “não estão preparados”.

“Claramente que o Conselho de Segurança das Nações Unidas precisa de reformas transparentes, efectivas, imediatas e que tenha a representatividade e rotatividade para que os problemas das nações cada vez mais divididas sejam solucionadas, de forma pacífica”, reconheceu o deputado.

Na discussão sobre a “Reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas para Fortalecer o Regime Multilateral”, participaram representantes do Chile, África do Sul, Egipto, Japão, Vietname, China, Zâmbia, Bolívia, Índia, Ucrânia, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, entre outros Estados presentes física e virtualmente, que foram unânimes em  defender a reforma da ONU.

Sobre Tareq Albanai

Antes da nomeação, Tareq Albanai ocupou vários cargos na Missão Permanente do seu país junto das Nações Unidas, de 2017 a 2022, incluindo o de ministro plenipotenciário para o Desarmamento e Assuntos Políticos e conselheiro e coordenador político do Conselho de Segurança.

De 2011 a 2017, foi conselheiro e chefe de Assuntos Políticos do Gabinete do Primeiro Vice-Primeiro-Ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros. De 2009 a 2011, actuou como conselheiro e vice-chefe de missão na Embaixada do Kuwait em Madrid.

Também serviu na Embaixada do seu país em Teerão como primeiro secretário, Desarmamento e Assuntos Políticos, de 2007 a 2009, e de 2004 a 2006. Entre 2006 e 2007, foi conselheiro para o Desarmamento e Assuntos Económicos no Gabinete do presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Foi, igualmente, segundo secretário e terceiro secretário da Missão Permanente do Kuwait junto das Nações Unidas para o Desarmamento e Assuntos Económicos.

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