Estamos juntos

Mais de 100 investidores reunidos no Fórum de Negócios Angola/Japão

O Fórum de Negócios Angola – Japão reúne, hoje, em Tóquio, capital japonesa, cerca de 200 entidades, das quais mais de metade são investidores privados.

Na sede da Japan External Trade Organization (JETRO), o Presidente da República de Angola, João Lourenço, que prestigia o encontro de negócios, vai abordar as oportunidades no país e todo o ambiente gerado pelas reformas empreendidas pelo Governo.

São cerca de 100 empresários japoneses e 20 angolanos, além de agências de investimento, financeiras, diplomatas e membros do Governo dos dois países.

O Fórum de Negócios decorre à margem da visita oficial do Presidente João Lourenço ao Japão, iniciada no domingo e cujo término está previsto para a próxima quinta-feira.

O Fórum de Negócios Angola – Japão é uma iniciativa da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), com o apoio da Embaixada de Angola no Japão e a JETRO – Japan External Trade Organization (Organização do Comércio Externo do Japão).

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da AIPEX, Lello Francisco, este fórum visa a promoção das oportunidades de investimento que Angola oferece nos mais variados sectores, como Agricultura, Serviços Financeiros, Pescas, Saúde e Transportes.

O evento é também encarado como uma importante plataforma para aproximar as empresas angolanas e japonesas; incentivar negócios e parcerias entre os sectores empresariais dos dois países.

Entre os empresários angolanos, integrantes da missão ao Japão, a confiança em novos negócios é bastante alta.

Em Tóquio estão várias indústrias representadas e uma clara manifestação do interesse com a diversificação da economia e dos sectores de eleição.

É também sob esta perspectiva que os empresários e outras figuras congregadas no Conselho Económico e Social (CES) se juntaram à comitiva que está em Tóquio.

 Modelos sociais

O coordenador do Conselho Económico e Social (CES), José Octávio Serra Van-Dúnem, disse esperar que o Fórum de Negócios, de hoje, traga também uma perspectiva para o social, pois o trabalho do CES abrange as áreas Social, Empresarial e Económica, e o programa do en-contro entre os empresários prevê congregar entidades ligadas ao Conselho Social e Económico do Japão, com as quais deverão dialogar e acolher as experiências e trabalhos que possam servir de referência ao que se pretende desenvolver em Angola.

“É uma boa oportunidade para percebermos como é que essas dinâmicas acontecem no mundo e como é que podemos aplicar na prática em Angola”, disse.

Relativamente à promoção do emprego e dinamização das economias locais, através de fóruns desta natureza, José Octávio Serra Van-Dú-nem afirmou que não tem dúvidas que este encontro de Tóquio vai, através das parcerias de negócios, promover a empregabilidade e, por via desta, diminuir as assimetrias sociais, pois o Japão é uma referência mundial e de quem se deve tirar o máximo proveito.

Indústria de bebidas

O presidente da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA), Manuel Victoriano Sumbula, quer que os japoneses sejam parceiros na produção local de matérias-primas e das embalagens, por exemplo.

De acordo com o empresário, a AIBA, em nome dos associados, está focada nas parcerias com os japoneses não apenas ao nível da im-portação, mas em garantir produção nacional de matérias-primas.

Presente no Japão, enquanto membro do Conselho Económico e Social e também presidente da AIBA, Manuel Sumbula disse que o bom exemplo dos últimos 20 anos da indústria angolana de bebidas pode ser usado como factor de atracção de parcerias japonesas.

A agricultura angolana, fundamentalmente, é das áreas que o empresário vê com fortes oportunidades para a entrada dos investidores japoneses, no quadro da diversificação da economia em curso.

Citou, por exemplo, o po-tencial japonês para intervir na transformação local do milho, do açúcar para a extracção do etanol, o amido da mandioca, várias áreas em que existem oportunidades para “grandes” parcerias.

“Estamos aqui em busca de um denominador comum que satisfaça as partes e essa porta de entrada que é o nosso sector”, afirmou.

Conforme disse Manuel Victoriano Sumbula, as experiências japonesas com o

agronegócio e a indústria transformadora servem de alavanca na aceleração do processo de diversificação económica em curso em Angola.

A par disso, segundo o líder da AIBA, os empresários estão no Japão, também, para transmitir confiança em relação ao potencial e às oportunidades de investimentos no mercado local, através da criação de parcerias duradouras.

“Existe já uma relação de longos anos com o Japão e, à medida que o tempo passa, faz-se necessário fortalecer as mesmas relações de cooperação existentes entre os dois países, razão pela qual estamos aqui presentes e esperamos poder transmitir a grande confiança aos investidores nipónicos”, afirmou.

Exportação de atum

Por sua vez, o empresário Adérito Areias, da província de Benguela, entende que por se estar diante de uma das maiores economias do mundo, é acertada a estratégia do Governo de estabelecimento e reforço de cooperação com estes mercados, que possam garantir para o país “boas” perspectivas de desenvolvimento.

O empresário leva, ao Fórum de Negócios desta segunda-feira, o potencial pesqueiro existente e as oportunidades desse negócio em que actua.

Lembra ser o Japão o maior consumidor mundial de atum, espécie abundante nas águas angolanas. Por aqui, Adérito Areias quer conseguir parcerias para que se melhore a captura de atum no país, porquanto o peixe tem mercado.

A outra área é a da Agro-Indústria, da qual o Grupo AA (Adérito Areias) espera atrair parceiros japoneses para fazerem juntos coisas importantes, à semelhança do que fazem os nipónicos com outros países.

“Estes são os nossos objectivos. Mostrar que em Angola temos paz, temos prioridades e um bom ambiente de negócios. Convencer os parceiros a irem para Angola e juntos fazermos Angola acontecer”, disse.

  Equipa económica e social do Governo no Japão para mobilizar sectores estratégicos

A missão angolana ao Japão, liderada pelo Presidente João Lourenço, é integrada pelos membros das equipas económica e social do Governo, num claro sinal da prioridade que se atribui à visita para determinados segmentos.

Para além dos ministros de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, e do chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, estão também em Tóquio os ministros das Finanças, Vera Daves; dos Transportes, Ricardo de Abreu; da Energia e Águas, João Baptista Borges, e da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.

Ainda o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, assim como a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, estão, de igual modo, presentes em Tóquio.

É, desde logo, expectável que os diferentes departamentos ministeriais mantenham encontros bilaterais com auto-

ridades homólogas japonesas e com outras ligadas às áreas de cruzamento de interesses.

Por exemplo, nos corredores do hotel, onde está hospedada a maioria dos integrantes das comitivas ministeriais, são visíveis as trocas de contactos e concertação de agendas com várias entidades locais.

O Jornal de Angola soube, por exemplo, que o projecto de financiamento direccionado para a província do Namibe, cujo governador Archer Mangueira e o presidente do Porto, Nazareth Neto, estão também, em Tóquio, deverá estar entre os temas de relevância da agenda presidencial.

Notícias relacionadas
Comentários
Loading...