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Líder supremo dos talibãs quer aplicação da sharia

O líder supremo dos talibãs, mullah Haibatullah Akhundzada, defendeu hoje, sexta-feira, dia 14, a aplicação no Afeganistão da lei islâmica (sharia), numa mensagem emitida antes da festividade muçulmana de Eid al-Adha (“celebração do sacrifício”), que se celebra na próxima segunda-feira.

Com o advento do Emirado Islâmico, como é designado o regime de facto dos talibãs, “o sistema da sharia foi instaurado em todo o Afeganistão”, declarou Akhundzada, num comunicado divulgado pelo porta-voz do Governo fundamentalista afegão.

Está a aplicar-se a sagrada sharia islâmica e foram adoptadas medidas importantes para elevar as práticas religiosas e expandir e fortalecer os centros religiosos“, afirmou o líder supremo talibã.

O mullah elogiou também o trabalho dos tribunais da sharia na promoção da “reforma social”. Através do funcionamento dos tribunais da sharia (…), o grande dever de ordenar o bem e proibir o mal está a ser cumprido na prática”, sublinhou.

Com o seu regresso ao poder, em Agosto de 2021, os talibãs impuseram uma interpretação rígida da lei islâmica, um conjunto de normas e preceitos aplicáveis nos domínios religioso, moral, jurídico, económico e político.

As execuções, a flagelação e os castigos físicos fazem parte da aplicação da lei islâmica no Afeganistão.

Desde que regressaram ao poder no Afeganistão, os talibãs executaram cinco pessoas e “castigaram” outras 450, com penas como flagelação pública e prisão, segundo o Supremo Tribunal afegão. A imposição de uma interpretação rígida da lei islâmica pelos talibãs conduziu a restrições à circulação das mulheres, à sua exclusão dos espaços sociais e à proibição de frequência do ensino superior. A interpretação deste código jurídico não-monolítico é considerada uma das mais rígidas em vigor no mundo muçulmano.

Akhundzada é uma figura esquiva que comunica geralmente através de mensagens escritas ou gravações de voz, sendo raramente visto em público. É o terceiro líder supremo dos talibãs, nomeado em 2016, após a morte do seu antecessor, Akhtar Muhammad Mansour, num ataque de drones (aeronaves não-tripuladas) norte-americanos no Paquistão.

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