
Moçambique comemora 49 anos de independência mergulhado em grandes desafios
Moçambique completa hoje 49 anos de independência nacional. Nesse contexto, o Presidente da República, Filipe Nyusi, destacou esta manhã, terça-feira, dia 25, o desenvolvimento de Moçambique nestes 49 anos e apontou o terrorismo como desafio actual, elogiando a união dos moçambicanos e o desarmamento dos ex-guerrilheiros da RENAMO, o principal partido da oposição.
“É legítimo afirmar que a união dos moçambicanos, firmada em 1962, [ano da fundação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)] e os sacrifícios consentidos pelos nossos heróis durante os dez anos da luta pela nossa pátria valeram a pena”, afirmou Nyusi, citado pela agência Lusa.
O chefe de Estado falava na Praça dos Heróis, em Maputo, durante o discurso alusivo às cerimónias centrais de celebração dos 49 anos da independência nacional, alcançada em 25 de Junho de 1975.
Com a independência nacional, o país registou “um desenvolvimento em vários sentidos”, nas áreas da saúde, agricultura, educação, artes e cultura, energia, funcionalismo público e justiça, prosseguiu.
O Presidente moçambicano assinalou que o país conseguiu acabar em 1992 com a guerra civil de 16 anos e que a luta política trava-se actualmente nas urnas.
Filipe Nyusi considerou que o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, está a registar progressos. “Dos 5.221 [guerrilheiros] abrangidos pelo DDR, até 20 de Junho, 4.273 já tinham as suas pensões fixadas e 3.547 já estão em pagamento”, acrescentou. “Apelamos aos antigos guerrilheiros que ainda não se apresentaram” para a regularização das suas pensões, que o façam “com maior brevidade para se encerrar o DDR”, disse, estimando que faltam 948 pessoas.
Terrorismo é o principal desafio
O chefe de Estado apontou os ataques terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, como um desafio à paz e segurança, defendendo a unidade nacional como instrumento para a vitória contra a violência armada naquela região. “O grande desafio é controlar o terrorismo que perturba alguns distritos da província de Cabo Delgado, mas estamos convictos de que se estivermos unidos, vamos vencer”, declarou.
Refira-se que Filipe Nyusi dirigiu hoje, pela última vez, as cerimónias centrais alusivas à independência nacional como chefe de Estado, por estar a concluir o último de dois mandatos constitucionalmente permitidos.
O chefe de Estado distinguiu 851 cidadãos nacionais com a “Medalha Veterano da Luta de Libertação de Moçambique”.