Líder da UIP considera Angola o local certo para falar de paz
O presidente da União Interparlamentar (UIP), Duarte Pacheco, afirmou, segunda-feira, em Luanda, que o país é o local certo e natural para falar de assuntos de paz, resolução de conflitos e questões de justiça.
Ao discursar na cerimónia inaugural da 147ª Assembleia da UIP, presidida pelo Chefe de Estado, João Lourenço, o líder da organização parlamentar fez questão de assegurar que os angolanos não leram nos livros e nem viram na televisão, mas sentiram na pele o que é viver em guerra.
“Foram anos e anos de conflito, milhares de vidas de todas as gerações, que devido à guerra, o investimento não acontecia ao ritmo desejado e o progresso na Educação era bastante lento”, disse, para em seguida ressaltar que com a paz é possível voltar a criar esperança, acreditar que o futuro tem oportunidades e retirar os benefícios das diversas áreas da governação.
“Por isso, é bom estar em Luanda e falar de paz. É natural que, aqui em Angola, seja um local certo para falar de paz, porque os angolanos sabem quanto a paz é fundamental para assegurar o desenvolvimento económico e social, que todos ambicionamos para os nossos países”, acrescentou o 30º presidente da União Interparlamentar.
Duarte Pacheco destacou, ainda, o empenho do Presidente João Lourenço para a realização do evento em Angola, tendo realçado o facto de o Chefe de Estado não ter hesitado, “nem um segundo”, à solicitação da União Interparlamentar para que a maior reunião mundial de deputados acontecesse em território nacional.
Para ajudar a compreender o entusiasmo com a organização de Angola, Duarte Pacheco revelou ter ficado “chocado” ao tomar conhecimento que a última vez que a União Interparlamentar realizou uma Assembleia num país de língua portuguesa, ocorreu no Brasil, no longínquo ano de 1962.
“Ainda não tinha nascido sequer e desde aí viajou por todos os continentes, mas nunca mais regressou a um país de língua portuguesa. Tínhamos de pôr um fim a esta iniquidade”, afirmou, categórico. O presidente da UIP disse, ainda, que fica para a história o facto de o Hino da organização ter sido tocado por angolanos e ouvido em Angola, pela primeira vez, desde a sua criação, em 1889, realçando tratar-se de um tema musical que inspira à paz e à tolerância.
Na sequência dos conflitos armados que assolam várias regiões do mundo, Duarte Pacheco garantiu estar certo que a UIP vai desempenhar um papel significativo na facilitação do diálogo e na ajuda para procura de soluções por vias diplomáticas.
A ausência de democracia e a violação dos direitos humanos, reforçou, são práticas generalizadas que impossibilitam os povos de alcançar o desenvolvimento nas suas diversas vertentes.