Levantado sigilo bancário e fiscal às contas de Jair Bolsonaro
O Supremo Tribunal Federal do Brasil autorizou a polícia a levantar o sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro. Numa investigação à apropriação e venda de jóias recebidas durante o seu mandato. A decisão foi tomada pelo magistrado Alexandre de Moraes e é extensível à mulher, Michelle Bolsonaro.
O advogado Cezar Bittencourt, que faz a defesa de Mauro Cid, ex-ajudante às ordens de Bolsonaro, afirmou que seu cliente irá admitir que vendeu jóias da Presidência a pedido de Bolsonaro. Além disso, Cid irá informar que passou o dinheiro para o ex-presidente.
As jóias foram dadas como presente a Bolsonaro durante o exercício do mandato. De acordo com o TCU, presentes dessa natureza devem ser incorporados ao acervo da União, e não podem ser vendidos como bens pessoais.
Também nesta quinta-feira, dia 17 de Agosto, Moraes autorizou o pedido de cooperação internacional feito pela Polícia Federal (PF) para solicitar aos Estados Unidos a quebra de sigilo bancário das contas dos investigados no caso das jóias presenteadas pela Arábia Saudita na Flórida.
O caso das jóias
A investigações da Polícia Federal revelou que jóias e presentes entregues a Jair Bolsonaro no exercício do mandato de presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos em Junho de 2022. Naquele mês, a equipa de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquela data.
No dia 2 de Junho, outro ajudante às ordens recebeu a lista de 37 bens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado por Cid. Quatro dias depois, Cid retirou do acervo um kit de jóias composto por um relógio da marca Rolex em ouro branco, um anel, botões de punho em ouro e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro numa viagem oficial à Arábia Saudita em Outubro de 2019.