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Extrema-direita vence eleições francesas

A União Nacional (UN), de extrema-direita, venceu a 1ª volta da eleições legislativas realizadas ontem, dia 30 de Junho, em França. O partido liderado por Jordan Bardella foi a escolha de 34% dos franceses, o que se traduz em 230 a 280 lugares na próxima Assembleia Nacional. Caso a extrema-direita consiga os 280 deputados, num Parlamento de 577, fica somente a nove assentos de uma maioria absoluta, mas as contas não ficam fechadas agora.

A Nova Frente Popular (NFP), coligação que reúne os partidos socialista, comunista, ecologista e a França Insubmissa, obteve 28,1%, o Juntos Pela República, do presidente Emmanuel Macron 20,3% e, finalmente, Os Republicanos (gaulistas) ficaram-se pelos 10,2%.

“Desaparecimento do macronismo”

Marine Le Pen, líder da UN, foi a primeira a reagir, numa sede onde se gritou: “Vitória, vitória, vitória”. A dirigente da extrema-direita agradeceu a prova de confiança do eleitorado, garantiu que “nenhum francês perderá qualquer direito” e que o essencial é garantir a “liberdade, segurança e unidade”. Mas o mais importante do seu discurso consistiu em anunciar o “desaparecimento do macronismo” e apelar a uma maioria absoluta para impedir a vitória da extrema-esquerda e a nomeação de Jean-Luc Mélenchon [líder da França Insubmissa] como primeiro-ministro.

Tal como Le Pen e Bardella, Mélenchon diz algo como: “Nós ou eles”. O confronto será entre a UN e a NFP. O líder da França Insubmissa foi o primeiro a tomar posição e fez o que já se esperava: “A dissolução foi uma decisão precipitada e este voto foi uma indiscutível condenação do seu presidente e da sua coligação”.

Primeira conclusão: o primeiro-ministro mais jovem do país vai deixar de o ser. Mélenchon pediu, igualmente, “maioria absoluta, porque essa é a única alternativa”. O líder da França Insubmissa apelou ao voto na coligação, por uma França que “respeite toda a gente” e anunciou que a NFP irá retirar todos os seus candidatos que tenham sido apurados em terceiro lugar nos círculos eleitorais, a favor de candidatos contra a UN, os “triangulaires”, na gíria eleitoral. “Nada para a União Nacional”, diz.

Extrema-direita à porta do poder

Gabriel Attal, o primeiro-ministro deu a cara pela candidatura Juntos pela República, que reúne os apoiantes do presidente Emmanuel Macron, que sofreram uma pesada derrota, pela segunda vez, após o desaire das europeias de 9 de Junho, que deu origem à dissolução da Assembleia Nacional. “Esta noite não é como as outras”, começou por dizer. “A lição é que a extrema-direita está à porta do poder” e que o “nosso objectivo é impedir que ela ganhe com o seu projecto funesto”. Havia a dúvida sobre o que Macron iria fazer numa situação como esta, se apoiaria ou rejeitaria o “lepenismo”. Attal foi claro. O Juntos pela República também irá retirar os seus candidatos quando eles se encontrarem em terceira posição nas circunscrições da segunda volta, a favor de outras candidaturas que “defendam os valores da República. Podemos estar a falar de 285 a 315 “triangulaires”. Antes de Attal, Edouard Philippe, ex-primeiro-ministro, pertencente ao campo de Macron, não deu qualquer indicação de votos.

No próximo domingo, dia 7, haverá lugar à 2ª volta e então tudo ficará decidido.

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