Destino do presidente deposto do Níger é motivo de preocupação crescente
O destino do Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, detido desde o golpe de Estado de 26 de Julho, preocupa cada vez mais a comunidade internacional.
Hoje, sexta-feira 11 de Agosto, a União Europeia (EU) e a União Africana (UA) manifestaram a sua preocupação em relação às condições de detenção do Chefe de Estado. Segunda adiantou a RFI, a junta ameaçou repetidamente executá-lo caso a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lançasse uma intervenção armada, como ameaçou há dias.
Desde 26 de Julho de 2023, data do golpe de Estado no Níger, o Presidente e a sua família estão sequestrados na sua residência.
Em várias ocasiões, o seu partido, o partido nigerino para a Democracia e o Socialismo (PNDS) e a comunidade internacional alertaram para a deterioração das condições em que se encontra detido.
A 8 de Agosto, o Departamento de Estado dos EUA manifestou “grande preocupação” com a sua saúde e segurança. Já hoje, 11 de Agosto, foi a vez de a União Europeia manifestar “profunda preocupação” com a “deterioração das condições de detenção” de Mohamed Bazoum, apelando novamente à sua libertação “imediata e incondicional.”
A 9 de Agosto, a segurança em torno da residência foi reforçada. Actualmente, permanecem cerca de 70 guardas a vigiar a sua casa. A certa altura, muitos pensaram que Mohamed Bazoum ia ser levado, mas acabou por ser permanecer na sua residência.
O Chefe de Estado deposto já não tem eletricidade, deixou de receber qualquer abastecimento e sobrevive com algumas reservas alimentares. Não tem acesso a um médico, embora se diga que o seu filho está doente.
Observadores da realidade africana, acreditam que Mohamed Bazoum acabou por ser feito refém e está a ser utilizado como escudo humano por miliares da junta.