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“Corredor do Lobito é um projecto angolano”, diz embaixadora da UE

A União Europeia (UE) vê no Corredor do Lobito uma oportunidade estratégica para impulsionar o desenvolvimento económico e criar emprego em Angola, com foco nas comunidades ao longo da linha ferroviária que liga o Lobito à República Democrática do Congo (RDC).

De acordo com a informação veiculada pela agência Lusa, a perspectiva foi expressa pela embaixadora da UE em Angola, Rosário Bento Pais, durante uma visita às províncias do Huambo e Bié, salientando que o objectivo europeu passa por “criar todas as bases para que as comunidades locais tenham emprego e formação”, no sentido de serem incluídas nos investimentos privados que venham a ser realizados em áreas como a agricultura, energia, digitalização e logística.

“O que queremos é um projecto de desenvolvimento económico no qual a UE esteja a investir, para que, quando forem criados empregos – seja na área da energia, nas cadeias de valor agrícolas ou na digitalização –, os angolanos das comunidades ao longo do corredor possam ter empregos, formação e competências para participar”, explicou a responsável.

Segundo Rosário Pais, o Corredor do Lobito é, antes do mais, “um projecto angolano”, para o qual a UE, os seus Estados-membros e os seus parceiros estão a contribuir com financiamento, conhecimentos técnicos e envolvimento empresarial.

“Temos empresas da Europa já a trabalhar ali, que já investiram com dinheiros próprios”, referiu, apontando o consórcio europeu que venceu a concessão do Corredor do Lobito, Lobito Atlantic Railway, e a operadora logística franco-italiana AGL, operador do terminal do porto do Lobito, como exemplos da presença europeia no terreno.

A diplomata destacou ainda o Acordo de Facilitação de Investimento assinado entre Angola e UE, que entrou em vigor a 1 de Setembro de 2024, como um instrumento fundamental para atrair capital europeu.

“O corredor do Lobito não é uma coisa que se faça de um dia para o outro. Estamos agora a atrair o próprio investimento privado e as empresas privadas”, sublinhou.

No que diz respeito ao número de empregos já criados nas comunidades ao longo do corredor, reconheceu que ainda é cedo para apresentar dados, sublinhando que “a fase actual é de mobilização de investimento e de criação de condições para o sector privado”.

A visita insere-se numa missão dos embaixadores da UE acreditados em Angola, que está a percorrer as províncias do Huambo e do Bié para observar no terreno os investimentos ligados ao Corredor do Lobito, uma das principais apostas europeias no apoio à diversificação económica e à integração regional angolana.

A comitiva está a promover reuniões com autoridades locais, empresários, produtores agrícolas e organizações da sociedade civil com o objectivo de reforçar o diálogo com os diferentes actores do território, identificar oportunidades de financiamento e acompanhar a implementação de projectos co-financiados pela UE, sobretudo nos sectores da agricultura, logística e desenvolvimento comunitário.

Refira-se que o Corredor do Lobito, que liga o porto do Lobito, em Benguela, à RDC, é considerado um eixo estratégico para escoar minerais, facilitar as exportações e promover a agro-indústria.

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