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Cibersegurança: África entra em alerta

África é um dos continentes mais visados pelos ciberataques. O número médio de ataques em África excede a média mundial. Esta situação está a levar os governos e os agentes privados a tomarem medidas para combater as actividades dos cibercriminosos, que têm um impacto financeiro considerável.

“O ano de 2022 assistiu a um aumento real do volume de ciberameaças em África, que continuou em 2023. Os cibercriminosos têm sido desenfreados no nosso continente, com aproximadamente 1.848 ataques por semana, visando uma organização em África, em comparação com 1.164 a nível mundial.” Estas são as palavras de Franck Kié, comissário geral do Fórum Cyber Africa, um evento que teve lugar nos dias 24 e 25 de Abril em Abidjan, e que estava na sua terceira edição. Estas indicações sobre a virulência dos ciberataques em África são muito reveladoras dos riscos que as empresas e os Estados africanos enfrentam no domínio digital.

Além disso, nos últimos meses, vários actos recordaram-nos a necessidade urgente de equipar os sistemas informáticos africanos com defesas poderosas para enfrentar as invasões dos cibercriminosos. O caso mais emblemático é o da pirataria informática da Autoridade Reguladora dos Correios e Telecomunicações do Senegal, que foi recentemente vítima de um roubo de cerca de 150 gigabytes de dados pessoais. Em Angola, fala-se também que a Sonangol, uma empresa pública responsável pela exploração e produção de petróleo e gás natural, foi alvo de ciberataques.

250 milhões de africanos nas redes sociais
Esta situação levou os actores africanos a erguerem a voz para combater estas ameaças. Ameaças que afectam a segurança e o funcionamento das suas empresas e instituições, bem como a sua reputação e as suas finanças. “Na Europa, é a cibercriminalidade sentimental que domina, ao passo que em África é a cibercriminalidade financeira que está a alastrar”, observou o Ministro da Economia Digital da Costa do Marfim, Amadou Coulibaly, na abertura do Fórum Ciber África. “Hoje em dia, é de notar que 250 milhões de africanos estão activos nas redes sociais todos os dias. Mais de 60% das transacções financeiras em África são feitas através de plataformas digitais. Isto significa que precisamos de proteger as nossas plataformas”, insiste Charles Kié, CEO da Genesis Holding Company.

Um sector com futuro
Os intervenientes estrangeiros e africanos estão a tentar combater as ameaças de pessoas mal-intencionadas na Internet. “Existem vários intervenientes africanos no sector da cibersegurança, que prestam diversos serviços, desde a consultoria de segurança à formação, gestão de riscos e resposta a incidentes”, afirma Daouda Sow, director-geral do Techso Group, um interveniente africano no sector da cibersegurança.

Segundo ele, há “uma emergência de actores locais [africanos] cada vez mais especializados em cibersegurança para responder a estes desafios”. Em todo o caso, há razões para o fazer, pois este é um sector não só vital, mas também muito promissor para o futuro. De acordo com algumas estimativas de empresas especializadas, o mercado da cibersegurança no Médio Oriente e em África deverá atingir 17,30 mil milhões de dólares em 2026.

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