Bodiva vai ser privatizada ainda este ano garante o seu responsável
A Bolsa de Valores e Dívida de Angola (Bodiva) vai ser a próxima empresa angolana a alienar as suas acções no mercado de capitais, disse o presidente executivo da Bodiva, Walter Pacheco.
O responsável falava esta quarta-feira, 30 de Outubro, aos jornalistas após a sessão de admissão à negociação da seguradora ENSA, que se tornou a terceira cotada da Bodiva, sublinhando que esta operação demonstra que este é o caminho a seguir e que “terá sucesso”.
O responsável acrescentou que o programa de privatizações (Propriv) contempla outras operações deste género, sendo a próxima “provavelmente” a da Bodiva.
“Pretendemos fazê-lo ainda neste trimestre. Portanto, até ao fim do ano”, adiantou Pacheco, especificando que será alienada a totalidade do capital da Bodiva.
Walter Pacheco salientou que o objectivo é ter mais empresas no mercado bolsista, mais oportunidades de investimentos e que o mercado seja representativo da economia.
Sobre o volume de transacções, notou que o mercado angolano ainda está segmentado, sendo “relativamente líquido” no segmento da dívida pública e de outros instrumentos como os “Repos” (acordos de recompra).
Já o segmento de acções, que é relativamente novo, com cerca de dois anos, tem menos liquidez: “É um processo. Com mais instituições a entrarem, com mais diversidade, com mais volume, vamos ver muito mais liquidez (…) é um mercado que está em crescimento”, frisou.
A média de transacções começou na ordem dos três mil milhões de dólares ao ano, ascendeu a sete mil milhões de dólares no ano passado e neste momento, ronda os cinco mil milhões de dólares, adiantou.
“É um mercado que está em crescimento e está cada vez mais a solidificar-se no sistema financeiro nacional”, rematou.
Para 2025, as perspectivas são de que venham a ser admitidas em bolsa a operadora de telecomunicações Unitel e dois bancos, o BFA, onde o Estado angolano detém uma participação indirecta de 51,9% através da Unitel, estando os restantes 48,1% nas mãos do BPI, e o Standard Bank, onde o Estado detém uma participação de 49% e quer alienar 34%.
Walter Pacheco considerou que a Bolsa de Valores é o segmento “mais democrático” e acessível aos investidores, notando que a ENSA – líder no mercado dos seguros em Angola – tem oferta em 14 províncias angolanas.
No caso da Bodiva, salientou que a empresa vai emitir o máximo de acções possíveis para diluir o preço e permitir que mais angolanos possam investir, destacando que é uma empresa com contas auditadas de seis em seis meses e que apresenta lucro.
“É uma empresa pública que distribui dividendos, cujo volume de negócio tem crescido em média 20% ao ano, mesmo nos piores momentos da nossa economia”, salientou o responsável, acrescentando que a Bodiva actua num mercado que não tem competidores e que tem um “potencial de crescimento enorme”.