
Europeus já investiram mais de 2 mil milhões de euros no Corredor do Lobito
O investimento europeu no Corredor do Lobito atingiu cerca de 2 mil milhões de euros, distribuídos por projectos nos três países envolvidos no desenvolvimento desta infra-estrutura — Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC), informou a agência Lusa, ontem, quinta-feira, dia 20.
Os dados foram avançados pela embaixadora da União Europeia (UE) em Angola, Rosário Bento Pais, durante uma conferência de imprensa a propósito da VII Cimeira União Europeia-União Africana, que terá lugar em Luanda nos dias 24 e 25 de Novembro.
Segundo Rosário Bento Pais, deste total, 730 milhões de euros correspondem a financiamento das instituições europeias, no âmbito da ajuda ao desenvolvimento, enquanto a parte restante corresponde a empréstimos ou investimentos do sector privado. A embaixadora lembrou ainda os interesses europeus ligados ao consórcio que explora o Corredor do Lobito e o Porto do Lobito.
O consórcio responsável pela concessão da linha férrea do Corredor do Lobito é o Lobito Atlantic Railway (LAR), liderado pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, que assumiu a operação da infra-estrutura em 2023. Já a concessão do Porto do Lobito foi atribuída à empresa Africa Global Logistics (AGL), que integra o grupo Mediterranean Shipping Company (MSC Group).
Durante a conferência de imprensa, Rosário Bento Pais abordou também as prioridades da UE para Angola no quadro da cimeira, salientando que são “as mesmas para os restantes países africanos”, e que a ocasião servirá para fazer um balanço do que foi feito nos últimos 25 anos.
A diplomata explicou que, no domínio dos investimentos e infra-estruturas, as prioridades definidas com o Governo angolano para o período 2021-27 concentram-se em três eixos: diversificação económica e criação de emprego, desenvolvimento humano e governação.
“Quando lançámos a estratégia Global Gateway, esses eram os objectivos, tendo Angola um dos maiores projectos, que é o Corredor do Lobito, onde vamos aplicar todas estas prioridades e juntar o investimento do sector privado com a doação europeia”, afirmou, acrescentando que existe também “uma parte regional” que envolve instituições financeiras e Estados-membros da UE.
A diplomata destacou que se pretende que este não seja apenas um corredor de transportes, mas também de desenvolvimento económico, com impacto nas populações e no meio ambiente, tendo observado ainda que o investimento em infra-estruturas “é, neste momento, uma prioridade da UE com a Global Gateway” e que “Angola tem um dos mais importantes corredores” dos 12 abrangidos.
Refira-se que a Global Gateway é a estratégia europeia lançada em 2021 para financiar infra-estruturas em países parceiros, combinando donativos, garantias, empréstimos e capital privado, com enfoque em energia, transportes, digitalização, saúde e educação.