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União Africana continua a contar com a experiência do país na prevenção de conflitos

O novo representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco da Cruz, afirmou, ontem, em Luanda, que a União Africana (UA) espera que Angola, através do Chefe de Estado João Lourenço, continue a liderar a mobilização de apoio político, técnico e financeiro para a prevenção e gestão de conflitos em África.

Em declarações ao Jornal de Angola, à margem do IX Conselho Consultivo alargado do Ministério das Relações Exteriores, que encerra hoje, o diplomata lembrou que o Presidente João Lourenço foi nomeado pelos seus pares como Campeão da UA para a Paz e Reconciliação e, no quadro do desempenho desta missão, espera-se que continue a liderar a mobilização de apoios que contribuam para o reforço de uma cultura de tolerância e coexistência pacífica que promova a coesão social e política, bem como a participação democrática em África.

Depois de dissertar sobre “O papel de Angola nas questões de paz e segurança e suas implicações na projecção da imagem e influência do país em África”, Francisco da Cruz, que, até ao mês passado, foi o embaixador na Etiópia e junto da União Africana, disse que esta organização espera que o país continue a complementar as iniciativas diplomáticas dos líderes da Região dos Grandes Lagos na resolução de conflitos, em coordenação com as várias organizações regionais em que está envolvido, entre as quais a CIRGL, CEEAC e SADC.

Estas organizações “esperam, também, que Angola, tendo em conta a sua experiência, continue a trabalhar com a União Africana nas principais iniciativas em curso para a consolidação da paz e reconciliação em todo continente, em particular a situação de instabilidade no Leste da RDC, onde Angola está envolvida através do Processo de Luanda, complementado com o de Nairobi, para se encontrar uma solução política que traga estabilidade nesta parte da RDC e que contribua para o melhor relacionamento entre este país e o Rwanda”, disse.

A União Africana, segundo ainda Francisco da Cruz, espera que o Estado angolano continue a promover um engajamento activo entre as partes relevantes nestes países onde está a promover a paz e a reconciliação, para que haja um cumprimento dos acordos e entendimentos que as partes venham, eventualmente, a alcançar. Confrontado sobre a experiência de Angola nos dossiês sobre a segurança em África, o novo representante permanente na ONU apontou a vasta experiência na prevenção, gestão e resolução de conflitos. A forma como Angola resolveu o conflito interno, sublinhou, constitui uma referência em África em questões de reconciliação nacional.

Para o embaixador, a experiência do país em matéria de paz e segurança é, também, resultado do engajamento que tem tido, há décadas, na prevenção, gestão e resolução de conflitos a nível regional. Neste sentido, adiantou que a União Africana pretende, igualmente, contar com a experiência do Estado angolano no avanço da Agenda de Paz e Estabilidade no Continente.

Questionado sobre o acompanhamento do país no processo de negociação para a paz no Tigray, tendo em conta que foi embaixador na Etiópia por vários anos, Francisco da Cruz disse que Angola sempre encorajou os passos que foram dados até ao alcance da estabilidade (paz) que se vive actualmente. “Hoje, o Governo federal e as forças do Tigray trabalham num processo político com vista a reforçar a unidade nacional e promover a estabilidade no país”, referiu.

O diplomata lembrou que, em Dezembro do ano passado, a Presidente etíope, Sahle-Work Zewde, visitou Angola para consultas com o Chefe de Estado João Lourenço, para abordar a crise política que assolava o seu país.

Naquela altura, acrescentou, a estadista etíope teve um aconselhamento e foi encorajada a primar por um processo político que fosse trazer a paz. “Foi aconselhada a encontrar uma solução política porque a opção militar não é a solução para os conflitos nacionais”, concluiu.

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