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TotalEnergies quer retomar o projecto de LNG em Moçambique em Janeiro

A TotalEnergies, o gigante francês do petróleo e do gás, pretende retomar as suas operações no projecto de gás natural liquefeito (GNL) de Moçambique em Janeiro de 2024, se as condições de segurança o permitirem, informou esta segunda-feira, 13 de Novembro, o portal de notícias BNN Network.

Sem avançar dados mais específicos sobre o assunto, o site que cita o director-geral da empresa, Patrick Pouyanne, refere que o relançamento está dependente do restabelecimento da paz e da estabilidade na província de Cabo Delgado e da prestação de medidas de segurança adequadas por parte das autoridades moçambicanas e das forças regionais.

Patrick Pouyanne, citado pelo portal, disse ainda que a empresa estava a trabalhar num orçamento e calendário revistos para o projecto, que seriam anunciados oportunamente.

Recorde-se que o Governo moçambicano e os blocos regionais, como a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Governo ruandês, enviaram tropas e recursos para combater a insurreição e proteger as áreas de GNL. A intervenção militar terá feito recuar os insurgentes e recuperado o controlo de algumas cidades estratégicas, incluindo Palma e Mocímboa da Praia. O Governo moçambicano também manifestou o seu empenho e apoio ao projecto garantindo cooperação e colaboração à TotalEnergies e aos seus parceiros.

Lembre-se que a TotalEnergies decidiu, invocando a cláusula de Força Maior, suspender o projecto em Abril de 2021, após um violento ataque dos extremistas islâmicos à cidade de Palma, perto do local do projecto. O ataque, que foi reivindicado pelo grupo Al-Shabaab, afiliado ao Estado Islâmico, matou dezenas de pessoas e deslocou milhares de outras. O conflito também perturbou a cadeia de abastecimento e a logística do projecto e suscitou sérias preocupações quanto à segurança dos trabalhadores e das instalações.

A suspensão do projecto foi um grande revés para a TotalEnergies e seus parceiros, bem como para o Governo moçambicano e comunidades locais. O projecto estava inicialmente previsto para iniciar a produção em 2023, mas a suspensão atrasou o calendário e aumentou os custos.

A suspensão afectou igualmente a confiança e a atractividade do sector energético moçambicano, que foi atingido pela pandemia de covid-19, pelos baixos preços do petróleo e pela instabilidade política.

O projecto Mozambique LNG é um dos maiores em África, com um custo estimado de 20 mil milhões de dólares e uma capacidade de produção de 12,9 milhões de toneladas por ano. Envolve o desenvolvimento de campos de gás offshore na bacia do Rovuma e a construção de uma fábrica de GNL em terra e de um terminal de exportação na península de Afungi. Espera-se que o projecto gere receitas e benefícios significativos para a economia e o povo moçambicanos, e que contribua para a transição e segurança energética global.

A TotalEnergies é o operador e o maior accionista do projecto, com uma participação de 26,5%. Os outros parceiros incluem a empresa pública moçambicana ENH, a empresa japonesa Mitsui, a tailandesa PTTEP e as empresas indianas ONGC Videsh, Bharat Petroleum e Oil India. O projecto assegurou contratos de longo prazo com compradores da Ásia e da Europa, como a China National Offshore Oil Corporation, a Tokyo Gas, a Centrica e a Shell.

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