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Tarrafal pretende integrar cemitério na rota cultural cabo-verdiana

A autarquia do Tarrafal, na ilha de Santiago, Cabo Verde, quer colocar o cemitério municipal, onde foram sepultados os presos políticos do campo de concentração que ali existiu, durante a ditadura portuguesa, em rotas de interesse histórico e cultural.

“Queremos valorizar [o cemitério municipal], assim como o Campo de Concentração do Tarrafal, actual Museu da Resistência, que é todos os anos o mais visitado do país”, adiantou à agência Lusa o vereador da autarquia, Arnaldo Andrade.

A Câmara do Tarrafal inaugura hoje, quarta-feira, dia 25, a iluminação solar do perímetro do cemitério, uma entre várias melhorias que visam dignificar o espaço que completa “toda a história” do campo de concentração, “dando aos turistas ou outros visitantes, o acesso às campas de antifascistas portugueses e africanos” – 36 morreram no campo, a maioria (32) portugueses, durante a primeira fase (1936-1956).

As cerimónias de trasladação, em Cabo Verde e Portugal, em 1978, assumiram sobretudo um caráter de homenagem, referiu o vereador, assinalando o facto de os nomes e as pedras continuarem a assinalar os locais das sepulturas, como marcos históricos.

Nos primeiros seis meses deste ano, o Campo de Concentração/Museu da Resistência consolidou-se como o local mais visitado do arquipélago, recebendo 6.028 estrangeiros e 5.456 cabo-verdianos, totalizando 11.484 visitantes.

Recorde-se que no tempo colonial mais de 500 pessoas estiveram presas no “campo da morte lenta”, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.

Os chefes de Estado de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e Angola (representado por um membro do Governo) estiveram no local, este ano, a 1 de Maio, na cerimónia evocativa dos 50 anos de libertação dos últimos presos políticos.

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