
Retomado hoje julgamento do ex-presidente sul-africano Jacob Zuma
O julgamento do caso de corrupção que envolve o antigo presidente sul-africano Jacob Zuma e uma empresa francesa foi retomado hoje, quinta-feira, 26 de Outubro, no Tribunal Superior de Pietermaritzburg, na província de Kwazulu-Natal.
Jacob Zuma e a empresa Thales enfrentam mais de 16 acusações relacionadas com o negócio de compra de armas em 1999, altura em que Zuma era vice-presidente do país.
O julgamento é retomado depois de, recentemente, o Supremo Tribunal de Apelação ter rejeitado a tentativa de o ex-presidente anular a decisão de invalidar o processo particular que pretendia mover contra o procurador Billy Downer e uma jornalista sul-africana.
A manutenção do processo implicaria o adiamento do reinício do julgamento do caso de corrupção que envolve o ex-presidente e a empresa francesa de armamento, Thales. O Ministério Público sul-africano diz que vai pressionar para que o julgamento prossiga, depois de tantos adiamentos causados por inúmeros recursos interpostos por Jacob Zuma.
No entanto, legalmente, o antigo presidente ainda tem espaço de manobra para continuar a solicitar a saída do procurador Billy Downer do processo, que é acusado de ter divulgado um documento confidencial contendo informação médica do antigo presidente a uma repórter sul-africana.
No meio deste longo processo, o juiz Piet Koen retirou-se, alegando que poderia haver parcialidade na forma como o caso foi tratado. Disse ainda ser do interesse da justiça que ele se retirasse do caso. Para o seu lugar, foi nomeado o juiz Nkosinathi Chili.
No início do julgamento, em Maio de 2021, Jacob Zuma e a empresa francesa de armamento declararam-se inocentes das acusações de extorsão, fraude, evasão fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção.
Segundo a acusação, o antigo estadista sul-africano recebeu cerca de oitocentas transacções financeiras, entre 1995 e 2004.