Rei do Bailundo “Ekuikui VI” é notícia no Brasil
A visita do rei do Bailundo, Tchongolola Tchongonga “Ekuikui VI”, ao Brasil, por um período de 27 dias, contínua a merecer destaque em vários jornais daquele país sul-americano.
A deslocação, iniciada a 19 do corrente mês, decorre no quadro dos laços de irmandade e tradicionais entre os dois povos.
O jornal brasileiro Mundo Negro escreve: “Rei do Bailundo, na Angola, está no Brasil para estreitar laços culturais entre os dois países”, ao passo que o Terra intitula “Rei do Bailundo visita o Brasil para reforçar vínculos”.
Em vários outros títulos brasileiros destaca-se, ainda, o Jornal Metropolitano, que escreve: “Guarulhos recebe visita do rei do maior grupo étnico de Angola”, enquanto a SP TV considera a deslocação de Tchongolola Tchongonga ao Brasil como inédita, de resgate e de reforço dos vínculos históricos e culturais.
Durante a visita, a convite do Centro Cultural Casa de Angola em São Paulo, o soberano do Bailundo vai reencontrar-se com os “irmãos por direitos ancestrais angolanos e do continente africano”, assim como contribuir aos estudos da cultura africana, a partir dos ritos e ritmos enraizados na sociedade angolana, que de alguma forma está presente na sociedade brasileira.
Na segunda-feira (23), o soberano foi recebido pelo prefeito de Guarulhos, São Paulo, com o qual abordou assuntos de interesse comum.
A deslocação ao Brasil enquadra-se no fortalecimento das relações culturais e tradicionais, através da cultura africana presente naquele país.
Segundo um documento da Corte do Bailundo, o rei Tchongolola Tchongonga aceitou o convite pelo facto de 60 por cento dos escravos que foram à força no Brasil terem saído de Angola, especialmente de Moçâmedes (Namibe), Benguela e Luanda.
A agenda reserva encontros com angolanos no Brasil, reunião com líderes da comunidade negra, indígenas, artistas e das religiões de matriz africana, bem como encontro com a secretária da Cultura da cidade de São Paulo e empresários do turismo tradicional, no quadro da captação de recursos, cooperação e intercâmbio necessário.
O rei do Bailundo vai, também, falar com os primeiros refugiados angolanos naturais das províncias do Huambo e de Benguela, que chegaram ao Brasil em 1975, além de ser recebido na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e ser homenageado no espaço Casa da Memória.
Durante a sua estada na República Federativa do Brasil, cujo regresso está previsto para 15 de Novembro próximo, o rei do Bailundo vai lançar a sua primeira obra bibliográfica intitulada “A hegemonia dos Ovimbundu no reino do Mbalundu”, que retrata a etnia linguística do reino em Angola.