Presidente de Moçambique terá mentido à PGR no caso das “dívidas ocultas”
O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, terá prestado declarações falsas à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o seu envolvimento no maior escândalo financeiro do país, as chamadas Dívidas Ocultas.
Segundo o jornal Savana de hoje, sexta-feira, dia 29, a acusação é do banco russo VTB que entende que Nyusi faltou à verdade ao assumir somente a sua participação no processo de contracção das dívidas, de cerca de 2,7 mil milhões de dólares, enquanto membro do Comando Conjunto das Forças de Defesa e Segurança.
Na entrevista à PGR, Nyusi teria recusado qualquer envolvimento com a ProIndicus e organização do empréstimo para a empresa, como também terá demonstrado desconhecimento sobre a Ematum e MAM, enquanto Ministro da Defesa, conforme o jornal citado. “Notavelmente negou…”.
“O VTB diz que as referidas declarações foram (e, se deve inferir, desonestas) dado que contradizem categoricamente o documentado e íntimo envolvimento do Presidente Nyusi na execução dos projectos e nas transacções desde 2012”, lê-se.
O VTB disse, nas alegações finais do julgamento que decorreu em Londres, que várias figuras do Estado moçambicano receberam pagamentos de subornos, e que seu envolvimento nos empréstimos teve início em Setembro 2013, após uma proposta de Jean Bostani para comparticipar com 350 milhões de dólares no empréstimo a Ematum. O Credit Suisse financiou 500 milhões de dólares.
Em Outubro de 2013, o VTB recebeu uma solicitação para subscrever 118 milhões de dólares do empréstimo da ProIndicus, e em 2014 assumiu um financiamento adicional de 435 milhões de dólares para a MAM.