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PR discursa no Fórum Empresarial Angola-Coreia

O Presidente da República, João Lourenço, discursou hoje, dia 29, no Fórum Empresarial Angola-Coreia a decorreu naquele país asiático.

Segue o discurso na íntegra:

-Excelências, Altas Entidades dos Governos da República da Coreia e de Angola

-Distintos Empresários e Investidores coreanos e angolanos

-Ilustres Convidados,

-Minhas Senhoras, Meus Senhores

É com enorme prazer que me dirijo a este Fórum Empresarial que reúne pela primeira vez agentes públicos e privados dos nossos países para melhor conhecer e avaliar as potencialidades de reforço das relações económicas e financeiras entre os nossos dois países.

A República da Coreia é um país com credencias reconhecidas nos mais variados domínios, mas sobretudo pelo seu rápido crescimento económico, pela sua resiliência e capacidade de inovação científica que a colocam num patamar de destaque entre as nações mais desenvolvidas.

Por sua vez, a República de Angola é uma das principais economias emergentes do continente africano, sendo actualmente a quinta maior economia da África subsaariana, com uma população maioritariamente jovem. O nosso país tem trilhado o seu percurso de desenvolvimento assente em princípios democráticos, de justiça e de equidade social.

Temos uma economia aberta e com enormes potencialidades económicas, pelo que estamos a consolidar um conjunto de reformas com o propósito de melhorar o ambiente de negócios e incentivar o investimento privado na nossa economia.

A lei do investimento privado actualmente vigente confere a liberdade de movimentação de capitais, de formação de parcerias e de acesso a benefícios fiscais.

 

Minhas Senhoras, Meus Senhores,

Estamos a avançar com investimentos relevantes nas nossas infra-estruturas de apoio à actividade económica, como é o caso do conhecido Corredor do Lobito, mas também na construção de plataformas logísticas em várias regiões do país.

Ao norte da capital, Luanda, mais concretamente na região da Barra do Dande, está a ser concluída uma nova zona franca, destinada à instalação de unidades fabris de empresas que pretendem ter em Angola uma base privilegiada de produção de bens para o consumo interno ou para exportação.

É nessa mesma zona que a SONANGOL está a edificar o seu terminal oceânico, que vai permitir armazenar em terra cerca de 580 mil metros cúbicos de produtos refinados.

Estamos igualmente a reabilitar e modernizar os nossos portos e aeroportos, sendo que na província mais a norte do país, Cabinda, estamos a construir o maior porto de águas profundas do país, cuja obra se prevê concluir em finais de 2025.

O novo Aeroporto Internacional de Luanda foi já inaugurado e é também uma infra-estrutura moderna para servir os cidadãos, a economia e os investidores, naturalmente.

No domínio da energia e águas, o país tem em curso vários investimentos transformadores. No domínio da energia mais concretamente, temos hoje produção acima da capacidade de consumo, que provém de três principais barragens hidroeléctricas em funcionamento e a previsão da maior delas, a de Caculo Cabaça, que uma vez terminada colocará o país com mais de nove mil megawatts. Estamos também a produzir acima de 300 megawatts de energia a partir de centrais fotovoltaicas com painéis solares.

Estamos igualmente empenhados na construção da rede de transporte e distribuição de energia, atraindo de preferência o investimento privado para este negócio que lhe dá a possibilidade de poder também vender essa energia aos países vizinhos da SADC, sobretudo para a região mineira do coper belt na Zâmbia e República Democrática do Congo.

Os estaleiros coreanos têm a sua impressão digital no sector petrolífero em Angola. Muitas das instalações de exploração, produção, armazenamento e de transporte de petróleo bruto angolano foram aqui construídas.

Vamos continuar a contar com o vosso engenho, pelo que aproveito para lançar o repto de estarem instalados em Angola para a prestação de serviços de manutenção de equipamentos navais.

Estamos a construir no Lobito uma refinaria de petróleo de grande dimensão que terá associada uma importante indústria de petroquímica e muito gostaríamos também de ter a participação e o investimento de empresas sul coreanas neste projecto.

Angola possui uma vasta extensão de terras cultiváveis e temos em curso um programa de segurança alimentar que está a mobilizar a nossa sociedade.

O arroz é um dos produtos principais do nosso programa, pelo que vemos com muito interesse a iniciativa das autoridades sul coreanas de apoio às nações africanas na produção deste cereal, através do projecto “K-Rice Belt”, partilhando conhecimento e tecnologia.

Angola pretende também integrar esse projecto, reconhecendo as inúmeras vantagens que pode trazer para o nosso país, não apenas no domínio da agricultura, mas também no alargamento das nossas relações económicas noutros sectores.

As marcas de automóveis, os equipamentos tecnológicos e de telecomunicações da Coreia do Sul, apenas para citar alguns, são muito procurados e consumidos em Angola.

Temos muito interesse em ver unidades fabris de máquinas pesadas, automóveis e de electrónica instaladas no nosso país, como parte da parceria sólida e duradora que queremos construir entre as nossas economias e os nossos povos.

Angola tem um grande potencial turístico por explorar e desenvolver, o país carece de infra-estruturas hoteleiras para valorizar mais as atracções turísticas e beleza natural das nossas paisagens de lindas praias, lagos naturais, quedas de água dos principais rios e a rica fauna das nossas reservas ambientais e parques naturais.

É com este sentido de estarmos mais próximos e de tirarmos o máximo de proveito das oportunidades de negócios que os nossos países oferecem que vamos acelerar a aprovação para a entrada em vigor do Acordo de Protecção Recíproca de Investimentos entre Angola e a Coreia.

As autoridades angolanas reconhecem a importância do investimento coreano em Angola e estão abertas e disponíveis para encontrar as melhores opções para que uma relação estável e de vantagens mútuas possa ser construída e preservada.

Minhas Senhoras, Meus Senhores,

Em 2018 iniciámos um amplo programa de reformas económicas, institucionais e financeiras com o objectivo de criar as condições para um crescimento económico diversificado e sustentável.

Desencadeamos um ambicioso programa de modernização das infra-estruturas de suporte ao desenvolvimento económico e social.

Ambicionamos um crescimento sustentável e inclusivo para o nosso país, temos uma população jovem, empenhada e desejosa por novas oportunidades de superação profissional e de emprego, pelo que contamos com a vossa competência e valências para juntos construirmos as pontes de ligação permanente entre os nossos países e povos.

Agradeço a presença de todos e declaro aberto o Fórum Empresarial.

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