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Plano Director dos Transportes prevê ligação ferroviária com a Namíbia

O ministro dos Transportes, Ricardo D´Abreu, anunciou, nesta segunda-feira no Lubango, que a ligação da linha férrea Huíla-Namíbia, passando pela província do Cunene, faz parte do Plano Director dos Transportes e Infra-estruturas para garantir que o Corredor Nacional abranja os países vizinhos.

Ricardo D´Abreu, que falava aos jornalistas após um encontro com o governador provincial da Huíla, Nuno Mahapi Dala, referiu que os projectos da ligação com a Namíbia e da extensão da linha que dá para a cidade de Menongue até à fronteira com a Zâmbia, no lado Leste do país, são acções a integrar nos investimentos do futuro concessionário do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM).

Abreu está a participar da jornada de “Revitalização do Processo de Transporte e Exportação do Minério de Ferro e Rochas Ornamentais do Sul de Angola” que teve o seu inicio no passado domingo e termina amanhã, A iniciativa que   decorre entre as províncias da Huíla, Namibe Cuando Cubango, constitui uma autêntica avaliação à operacionalidade do sector na Região Sul.

“Estamos a trabalhar com o sector privado, principal parceiro neste processo, com vista à maior previsibilidade e coordenação para tirarmos melhores vantagens das potencialidades do país”, acentuou, acrescentando que o foco do sector dos Transportes e Logística consiste na aceleração do processo de diversificação da economia.

Ricardo D´Abreu reconheceu que o Corredor Sul desempenha um papel importante nas exportações efectuadas em termos de volume, fora do sector petrolífero. “Precisamos que este processo ganhe outra dimensão, já por aquilo que nos foi dito pelos operadores, os minerais podem crescer significativamente”, salientou.

O ministro dos Transportes defendeu a necessidade de conferir uma outra capacidade para dar suporte à actividade mineira das províncias do Cuando Cubango, Huíla e Namibe. Por isso, sustentou, o Ministério “está a fazer de forma inclusiva e coordenada visando criar mecanismos de previsibilidade para que a capacidade de resposta esteja ao nível dos anseios dos empresários”.

Abreu explicou, ainda, que o foco não consiste apenas em fiscalizar a actividade do sector. Mas, avançou que a prioridade “é criar mecanismos e sistemas tecnológicos que ajudem a facilitar o negócio que envolve o sector”.

“Implementámos já a Janela Única Portuária Fase II, no Porto do Namibe”, referiu.

Segundo Ricardo D´Abreu, procedem-se neste momento acções notáveis para desenvolver a logística que na prática, é uma plataforma integrada do ponto de partida até ao de chegada de tudo o que é importante no ramo de exportação e comércio.

A tecnologia, destacou, “serve para facilitar e garantir maior controlo das actividades desenvolvidas pelos agentes económicos, assim como garantir que um justo valor seja partilhado entre o Estado e os investidores”.

“Haverá mais investimentos para aumentar a capacidade de transporte, visando materializar o projecto de desenvolvimento da Baía de Moçâmedes, que comporta um terminal mineraleiro do Sacomar e a expansão e extensão do Cais do Porto Comercial”, descreveu.

Ricardo D´Abreu prosseguiu que à semelhança da área ferroviária, há também iniciativas em curso nas infra-estruturas, manutenção, oficinas assim como na preparação do concurso para a concessão do Corredor Sul do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes e garantir que o sector privado também ajude a aumentar o nível de investimentos.

“Temos todos de aumentar o ritmo e o esforço”

O Porto Comercial do Namibe movimentou, no primeiro semestre deste ano, 600 mil toneladas de carga   diversa, menos 200 mil em relação a igual período do ano passado.

As contas foram apresentadas pelo ministro dos Transportes, Ricardo D´Abreu, este domingo, no discurso de abertura da jornada de “Revitalização do Processo de Transporte e Exportação do Minério de Ferro e Rochas Ornamentais do Sul de Angola, no Auditório do Governo Provincial do Namibe.

A acção decorre entre as províncias do Namibe, Cuando Cubango e Huíla.

 “São números menores”, disse Ricardo Abreu, apontando a crise económica mundial que “não tem dado tréguas às cadeias logísticas internacionais que se têm deparado com desafios e dificuldades várias e que as infra-estruturas e a economia angolanas não são incólumes aos efeitos destas dificuldades globais”.

Ricardo D´Abreu sublinhou mais adiante que no que toca à carga transportada por via marítima está na ordem dos 55% de execução da “nossa” meta anual cumprida.

A previsão para este ano é mais ambiciosa. Calcula-se um movimento de aproximadamente um milhão de toneladas de carga. “Significa isto que temos todos de aumentar o ritmo e o esforço no sentido de não deixarmos cair este objectivo e até, se possível, de o suplantarmos”, avisou o ministro dos Transportes.

No domínio do transporte de carga por via ferroviária, pede-se um esforço maior, uma vez que no primeiro semestre deste ano está aquém das expectativas, por só ainda ter atingido 37% do grau de execução da meta anual, aproximadamente, 200 mil toneladas.

“Mas, é justamente para isso que estamos aqui reunidos justamente por isso que vamos trabalhar entre hoje (domingo) e quarta-feira nas três províncias – Namibe, Huila e Cuando Cubango – por onde se estende o Corredor Sul para, em conjunto, aumentarmos estes números e os seus benefícios, designadamente ao nível do transporte e da exportação do mineiro do ferro e das rochas ornamentais – commodities que temos de ser capazes de explorar e de transportar pra o mercado nacional, mas também e sobretudo para o internacional”, sustentou Ricardo D´Abreu.

Quando disse que “têm de ser capazes”, o ministro referiu-se naturalmente ao Ministério dos Transportes e às empresas e agências por si tuteladas, ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, ao Ministério das Finanças, além das empresas privadas que queiram acompanhar nesta “venturosa missão de criar mais emprego, mais riqueza, mais desenvolvimento” para Angola e para os seus parceiros vizinhos, para o sector público e para o sector privado.

 Ricardo Viegas D´Abreu ressaltou a importância Corredor Sul, por ser o que mais contribuiu para as exportações nacionais em termos de volume. “Se de facto o país pretende diversificar a economia”, avançou, “tem de conseguir de forma coordenada, com previsibilidade e de forma concertada entre agentes públicos e privados, potenciar aquilo que já está a acontecer e mostrar frutos, como se costuma dizer, “´bater no ferro quente`”.

Por sua vez, a vice-governadora do Namibe para o Sector Político, Económico e Social, Josina Pascoal de Sousa, considerou a ocasião “importante” para o desenvolvimento económico e industrial da Região Sul de Angola, pois demonstra “a dedicação do Executivo angolano em impulsionar a economia e promover um futuro mais próspero para o país bem como reflecte o compromisso em superar desafios, eliminar barreiras e encontrar soluções eficazes que permitam não apenas o crescimento das empresas, mas também a expansão no mercado internacional.”.

A governante afirmou que a província do Namibe assume grande relevância na exploração de mármore e serve de plataforma logística onde o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (que travessa as províncias do Cuando-Cubango, Huíla e Namibe, e o Porto) desempenha um papel crucial na importação de insumos e na exploração de rochas.

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