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Participação de todos é decisiva no combate à cólera em Angola

O Ministério da Saúde de Angola está a trabalhar com a Organização Mundial de Saúde (OMS), num conjunto de medidas para prevenir e responder a um surto de cólera, particularmente activo nas províncias do Cuando Cubango, Moxico e Lunda Norte.

De acordo com o especialista de Emergência da OMS, Walter Firmino, citado pela OMS News, a colaboração de todos os intervenientes está a gerar optimismo. As zonas de alto risco incluem limites do país com a Zâmbia e a República Democrática do Congo (RDC).

Mobilização e engajamento das comunidades é fundamental

“Estamos expectantes de que, com a ajuda de todos, o país irá criar capacidades nas áreas críticas, especialmente nas zonas de fronteiras, em termos de preparar funcionários de saúde, pré-posicionamento dos kits essenciais e acesso à água potável, mobilização e engajamento das comunidades e outras capacidades. A meta é assegurar uma vigilância efetiva às medidas de prevenção e dar resposta adequada a uma possível ocorrência ou surto de cólera”, referiu Firmino.

As autoridades sanitárias aumentaram a presença de técnicos nessas áreas para que implementem as medidas prioritárias para garantir que unidades de saúde possam determinar os casos.

Entre as prioridades definidas estão a formar equipas de resposta rápida nos distritos e apoiar profissionais de saúde no tratamento da doença. Unidades de saúde das zonas fronteiriças distribuem sais de reidratação oral e fluidos intravenosos.

Importância do tratamento precoce

O novo plano prevê identificar todas as fontes de água não tratada ou poluída, alargar a distribuição do cloro, tratar fontes de água potável e sensibilizar o público sobre a prevenção da cólera. As autoridades destacam ainda a importância de procurar tratamento precoce, entre outras medidas preventivas.

A directora nacional de Saúde Pública de Angola, Helga Freitas, enfatizou a aposta de se garantir uma forte capacidade de prevenção e resposta à doença ao pedir a participação activa da população.

As acções também contam com departamentos ministeriais, comunidades e parceiros envolvidos na preparação das operações em diferentes áreas, de acordo com o plano de contingência nacional.

Protocolos de tratamento da cólera

O representante interino da OMS em Angola disse que decorre uma investigação sobre o que “é crucial para determinar se um doente está ou não ligado a um surto”. Humphrey Karamagi afirmou que protocolos de tratamento estão disponíveis em todas as unidades de saúde, bem como sessões de formação. Karamagi expressou confiança nas medidas que o país tem adotado e a expetativa de que Angola possa reforçar a capacidade em áreas críticas.

Pelo menos 28 peritos, incluindo oito da OMS, actuam em 10 das 18 províncias angolanas. As áreas de maior atenção são as províncias do Cuando Cubango e Moxico, perto da fronteira com a Zâmbia. Outra província onde o surto de cólera dura há vários meses é a do Lunda Norte, que faz fronteira com a República Democrática do Congo.

Refira-se que Angola teve surtos entre 1995 e 2000, tendo registado o mais mortal em 2011 com 2284 casos e 181 mortes. A ocorrência mais recente, entre 2016 e 2017, afectou as províncias de Cabinda, Luanda e Zaire, com 252 notificações e 11 óbitos.

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