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Parque Nacional de Cangandala com 115 Palancas Negra Gigante

O Parque Nacional da Cangandala, localizado a cerca de 25 km ao sul da sede da província de Malanje, conta, actualmente, com uma população de 115 animais da espécie Palanca Negra Gigante, entre adultos e crias.

De acordo com o administrador do parque, Victor Manuel Paca, na Reserva Integral do Luando estão cadastradas cerca de 200 palancas.

Victor Manuel Paca adiantou que a última contagem foi efectuada em 2022, no âmbito do censo anual da espécie.

O projecto da Palanca Negra Gigante iniciou em 2004 e Victor Manuel Paca considera os números actuais como satisfatórios.

Em Janeiro de 2004, um grupo do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, liderado por Pedro Vaz Pinto, obteve as primeiras evidências fotográficas do único rebanho que restava no Parque Nacional de Cangandala, confirmando-se assim a persistência da população após um duro período de guerra.

Nos anos 60/70, a Reserva Integral do Luando tinha cerca de duas mil e 500 palancas, enquanto o Parque Nacional de Cangandala contava com 200, números que viriam a reduzir drasticamente anos mais tarde devido à caça furtiva.

No que toca à fiscalização, Victor Manuel Paca adiantou que o Parque de Cangandala conta com82 fiscais. “Estamos satisfeitos neste sentido.

A maior preocupação tem a ver com meios, como viaturas, capas de chuva, uniformes e botas, para melhorar o trabalho dos fiscais”, disse.

Victor Manuel Paca deu conta da realização de patrulhamento apeado, de modo a eliminar os caminhos fiotes, feitos pelos caçadores.

“A perseguição aos caçadores faz-se, às vezes, num percurso de 14 quilómetros. A última acção do género foi feita na zona sul do parque e culminou na detenção de três caçadores.

Temos feito um trabalho de sensibilização nas comunidades. Temos tido apoio dos sobas e professores.

Apelamos à população para a necessidade de preservar a palanca. Quanto mais se preservarem mais ganham, por ser um símbolo nacional”, assevera o responsável.

Conforme Victor Manuel Paca, a caça furtiva é a maior preocupação. “Tem caça a tiro e através dos laços (armadilhas). Há também a problemática das queimadas, para a caçafurtiva. Ou seja, os caçadores queimam uma área e posicionam-se numa outra. Porisso, temos reforçado a fiscalização em áreas precisas”, aponta.

Em termos humanos, disse, a reserva do Luando tem 20 fiscais, controlados pela Unidade Técnica. Devido à acção dos caçadores furtivos, adianta, a zona norte do parque foi a área mais afectada pelas queimadas, com a devastação de 400 hectares.

“Há um esforço do Executivo em manter a fiscalização nas áreas de conservação, com o recrutamento de ex-militares que passam previamente por uma formação em matéria de ambiente, com vista a propiciar o repovoamento da Palanca”, reforça o responsável.

Turismo interno

Victor Manuel Paca avança que o maior entrave ao turismo local tem sido o estado das vias de acesso, apesar da existência de uma via de terra batida que só permite a circulação de viaturas com tracção a quatro rodas.

Para a acomodação dos turistas, o parque conta com um aldeamento de 10 bungalós e um restaurante, cuja gestão, no seu entender, deve passar por intervenção privada.

“É preciso que haja alguém para investir no turismo, para se tirar proveito da espécie rara. Já existe um santuário para o turismo, com 185 quilómetros quadrados, faltando apenas a introdução da espécie.

O santuário turístico já foi vedado e tem um bebedouro e miradouro”, disse.

Para além da Palanca Negra Gigante, abundam no parque a pacaça, o burro do mato, porco-espinho, seixa, javali e outras espécies como aves, perdizes e capotas.

Em relação a reintrodução de espécies animais, o administrador do parque diz ser um processo que carece de estudos. “Há espécies que nunca existiram no parque – como o elefantee girafas.

Para reintroduzir certas espécies é preciso um levantamento da vegetação”, aponta.

protecção à Palanca Negra Gigante, fazendo com o parque seja bastante conhecido.

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