País lança campanha para auto-suficiência na produção de algodão até finais de 2027
Angola prevê atingir a auto-suficiência na produção do algodão até 2027. Esta é uma medida prioritária e que visa superar os actuais níveis de oferta não superiores a 10 por cento.
A campanha arranca daqui a dois anos, com o cultivo em massa nas zonas de maior potencial e com históricos registados no país.
Estes indicadores foram manifestados, ontem, em Luanda, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica.
José de Lima Massano falava à imprensa no final da reunião que manteve, nas instalações da Textang II, com a direcção e membros da Associação das Indústrias Têxteis e Confecções de Angola (AITECA).
Na ocasião, afirmou que a proposta de Orçamento Geral de Estado para 2024 contempla já a emissão de garantias soberanas num montante de 330 mil milhões de kwanzas para atender aos desafios do sector têxtil.
“Este é um benefício que vamos usar não apenas para gerar mais produção, mas também para atingirmos o limite da capacidade de produção, que hoje está com 10 por cento”, disse.
No cronograma esboçado pelo ministro de Estado, em 2024 criam-se todas as condições logísticas, para o arranque em 2025, com uma produção forte do algodão e, até 2027, alcançar-se a desejada auto-suficiência.
” Tivemos a oportunidade de visitar e conhecer não só sobre a capacidade instalada da Textang II, mas também interagirmos com a associação dos operadores deste sector da indústria têxtil, confecções e calçados. O que notamos é que este exercício de pormos a unidade a funcionar começa a gerar os seus frutos, apesar de sairmos com uma capacidade de produção ainda não totalmente explorada. É um potencial imenso. Acreditamos haver condições para unirmos forças a fim de pormos essa unidade e as outras a funcionar no limite da sua capacidade”, indicou José de Lima Massano.
Garantia soberana
Conforme avançou o ministro de Estado para a Coordenação Económica, no encontro de ontem com os industriais e investidores do sector têxtil nacional, foi possível partilhar com os associados o facto de no âmbito da elaboração do OGE/2024 o Governo ter considerado já a emissão de garantias soberanas num montante de 330 mil milhões de kwanzas (cerca de 400 milhões de dólares).
Segundo José de Lima Massano, este é um dos sectores que terá acesso ao benéfício desta facilidade.
Na oportunidade, o presidente do Conselho de Administração do grupo Alcaal – Textang II, Jorge Amaral, reiterou a predisposição do sector em recuperar os anos históricos da indústria, razão pela qual mantém os compromissos assumidos por ocasião da alienação das indústrias até então paralisadas.
Lembrou que a Textang II é, actualmente, um excelente exemplo da transição geracional e da assumpção da mão-de-obra angolana, porquanto dos 250 técnicos que têm só um é expatriado. Até há 10 anos, a empresa tinha no seu efectivo de trabalhadores 13 expatriados, que concluíram com sucesso a missão de passagem da missão aos técnicos angolanos que agora seguram o leme da fábrica no Kikolo.