OMS pede total transparência às autoridades chinesas para a descoberta da origem da Covid 19
O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, em entrevista concedida ontem, domingo, dia 18 de Setembro, ao Financial Times, estar pronto para enviar uma nova missão de peritos à China para descobrir as origens do covid-19, apelando, às autoridades chinesas, um acesso total às investigações.
“Estamos a pressionar a China para que forneça acesso total e estamos a pedir aos países que abordem o assunto nas suas reuniões bilaterais (para encorajar Pequim a cooperar)”, referiu Ghebreyesus, explicando que “a OMS já pediu à China, por escrito, que forneça informações e estamos prontos a enviar uma equipa, se nos autorizarem a fazê-lo.”
Até hoje, a comunidade internacional ainda não conseguiu determinar com certeza a origem do covid-19. Embora, os primeiros casos tenham sido detectados no final de 2019 na cidade de Wuhan, na China, existem duas teorias: uma defende que ter-se-á tratado de uma fuga de um laboratório na cidade onde estes vírus estavam a ser estudados; outra advoga a existência de um animal intermediário que infectou pessoas que frequentavam um mercado local.
No início de 2021, uma equipa de especialistas liderada pela OMS e acompanhada por colegas chineses, fez investigações na China. No relatório conjunto, privilegiaram a hipótese de o vírus, altamente contagioso, ter sido transmitido aos seres humanos por um animal que actuou como intermediário entre o morcego e os seres humanos, possivelmente num mercado da cidade chinesa.
Posteriormente, Tedros Adhanom Ghebreyesus declarou que todas as hipóteses continuavam em cima da mesa.
Nenhuma equipa pôde regressar à China e os funcionários da OMS solicitaram repetidamente dados adicionais. O director-geral da Organização Mundial de Saúde disse em várias ocasiões que “a OMS não tem intenção de abandonar a investigação e apelou repetidamente a Pequim para que seja transparente na partilha de dados.”
Graças às vacinas, à imunidade adquirida após a infecção e a melhores tratamentos, o vírus está agora muito mais controlado, embora, com a chegada do Outono, as infecções estejam de novo a aumentar no hemisfério norte ao mesmo tempo que surgem novas variantes.