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Nigéria quer que África tenha assento no CS da ONU

A Nigéria, o mais populoso país de África, juntou a sua voz à dos países que exigem lugares permanentes para o continente no Conselho de Segurança da ONU e apelou à anulação da sua dívida, na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, nos EUA.

O Vice-Presidente nigeriano, Kashim Shettima, em representação do Chefe de Estado, Bola Ahmed Tinubu, insistiu na necessidade de “alargar o Conselho de Segurança” no seu discurso na Assembleia Geral, cujos extractos foram publicados pela Presidência nigeriana.

“O nosso continente merece um lugar na categoria de membros permanentes do Conselho de Segurança, com os mesmos direitos e responsabilidades que os outros membros permanentes”, declarou na sede da ONU.

Ao fazê-lo, deu seguimento aos comentários feitos no início de Setembro pela embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, segundo a qual os Estados Unidos apoiavam a criação de dois lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU para os países africanos. No entanto, especificou que não queria que os novos participantes tivessem direito de veto.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reagiu aprovando a criação de dois lugares permanentes para África no Conselho de Segurança, mas insistindo na necessidade de estes terem direito de veto como os outros membros permanentes.

Já na terça-feira, dia 24, o chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha considerado “inaceitável” que a América Latina e a África não tivessem ainda um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.

No seu discurso, o número dois nigeriano apelou também a uma “reforma da arquitetura financeira internacional” e à anulação da dívida da Nigéria por parte das instituições financeiras multilaterais.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, referiu a “manifestação contínua” dos “desafios do terrorismo, dos conflitos armados, da desigualdade, da pobreza, da discriminação racial, das violações dos direitos humanos, das crises alimentares, da fome, da migração irregular, da pirataria, das pandemias globais, da hiperinflação, da proliferação nuclear, do peso esmagador da dívida e das alterações climáticas”. Tudo “fracassos” que tornam necessário “aprofundar o multilateralismo”, segundo o governo de Abuja.

Por último, lamentou as mudanças de governo inconstitucionais, referindo-se aos golpes de Estado e às tomadas de poder militares que se multiplicaram na África Ocidental nos últimos anos (Mali, Burquina Faso, Níger, etc.), recordando a “fragilidade da democracia” quando não é apoiada pelo desenvolvimento económico e por uma paz e segurança duradouras.

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