Namíbia: BAD injecta 196,4 milhões de dólares para modernizar rede ferroviária

O empréstimo representa 51,8 por cento do custo total do projecto, cabendo ao Governo da Namíbia contribuir os restantes 48,2 por cento.

O projecto alinha-se com a “Visão 2030 da Namíbia” para a cadeia de valor logística do país, resolvendo os estrangulamentos das infra-estruturas ferroviárias.

Contribuirá igualmente para reforçar a competitividade comercial da Namíbia e da sub-região da África Austral.

A iniciativa contempla a construção de 207 quilómetros (km) de novas vias férreas junto à linha existente entre Kranzberg e Otjiwarongo, utilizando travessas de betão e novos carris. As obras incluem a construção de 16 pontes, a renovação de duas estações e a aquisição de 55 mil toneladas de carris para construir 518 km de via.

As outras componentes incluem a modernização do sistema de sinalização ferroviária ao longo da linha Walvis Bay-Tsumeb para melhorar a sua fiabilidade, segurança e capacidade, bem como o desempenho global do sistema ferroviário.

Reconhecendo a importância de uma boa conectividade ferroviária para o transporte de carga a granel, esta Fase II do TIIP elevará para 417 km o total de linhas ferroviárias modernizadas pelo Banco, depois de ter apoiado uma renovação anterior de 210 km (Walvis Bay a Kranzberg) no âmbito do projecto.

“Visão 2030 da Namíbia”

O directora-geral do BAD para a África Austral, Leïla Mokaddem, afirmou que o projecto maximizará os benefícios e será transformador para a competitividade da Namíbia e ajudará a alcançar a visão de o país se tornar um centro logístico regional até 2030, ao mesmo tempo que catalisa a mudança de desenvolvimento nos países vizinhos e na sub-região.

“Este projecto também ligará a Namíbia à Cintura de Cobre de África e permitirá a conectividade ferroviária regional”, acrescentou.

Tendo financiado anteriormente a expansão do terminal de contentores do porto de Walvis Bay, o Banco está a apoiar a integração regional da Namíbia através da construção de infra-estruturas portuárias e ferroviárias essenciais para ligar o país ao resto da região, movimentar mercadorias, apoiar cadeias de valor e promover o comércio.

A maior parte da linha ferroviária melhorada atravessa terrenos agrícolas comerciais e muitas zonas urbanas.

Prevê-se também que os custos de manutenção das estradas diminuam à medida que os transportadores de carga a granel passarem da estrada para o caminho de ferro.

O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento está a operar na Namíbia desde 1991. A 30 de Setembro de 2023, a carteira activa do Grupo Banco neste país da África Austral estava estimada em aproximadamente 687 milhões de dólares, dividida em 10 operações em seis sectores, nomeadamente transportes (15,6%), finanças (35,1%), multi-setorial (18,1%), água (15,3%), agricultura (7,9%) e sector social (8%).