Em simultâneo, as economias internacionais terão de lidar com o impacto da decisão, por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo e respetivos aliados (OPEP+), de cortar a produção em dois milhões de barris por dia. Uma escolha “arriscada”, observou o Birol, quando a AIE estima em quase dois milhões de barris diários o crescimento da procura global em 2022.

“Considero esta decisão verdadeiramente infeliz”, afirmou Fatih Birol, referindo-se ao corte na produção fixado pela OPEP+.

Nas palavras do director-geral da Agência Internacional de Energia, é “especialmente arriscado” face ao quadro de “várias economias em todo o mundo à beira da recessão”.

Outra ideia enunciada pelo responsável em Singapura foi a de que o mundo vai continuar a necessitar de petróleo russo a fluir, mesmo com a imposição de um teto aos preços.

Recorde-se que o G7 chegou a acordo, no mês passado, para limitar, até ao início de dezembro, a venda de petróleo russo, por via de um teto nos preços.

Birol contrapôs, ainda assim, que o actual contexto de crise energética pode encontrar uma curva de recuperação se vingar a via das denominadas energias limpas e renováveis. Esta transição encontra na “segurança energética” o “motor número um”.