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Mudanças climáticas afectam Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

As alterações climáticas estão a afectar o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas (ONU), revela um relatório internacional, divulgado esta quinta-feira, dia 14 de Setembro, adiantando que apenas 15% das metas da Agenda 2030 estão no bom caminho.

O relatório United in Science [Unidos na Ciência], elaborado por agências internacionais e coordenado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), analisa o impacto das alterações climáticas e de condições meteorológicas extremas, abordando a forma como a ciência relacionada com o clima e a água pode fazer avançar objectivos como segurança alimentar, água, energia limpa, melhor saúde, oceanos sustentáveis e cidades resilientes.

Em conferência de imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou que no presente ano de 2023, as alterações climáticas estejam a criar consequências graves na terra e no mar. “Sabemos que isto é apenas o início e que a resposta global está a ser insuficiente. Entretanto, a meio do percurso do prazo para 2030, para os ODS, o mundo está lamentavelmente fora do caminho”, alertou António Guterres, acrescentando que “a ciência é fundamental para as soluções necessárias para o avanço no cumprimento das metas”.

Segundo o documento, entre 1970 e 2021, foram reportadas cerca de 12 mil catástrofes devido a fenómenos meteorológicos, climáticos e hídricos extremos, resultando em mais de dois milhões de mortes e 4,3 mil milhões de dólares em prejuízos. Mais de 90% das mortes e 60% das perdas económicas ocorreram em economias em desenvolvimento.

O relatório explica ainda como previsões meteorológicas ajudam a aumentar a produção alimentar e a reduzir a fome, enquanto a integração da epidemiologia e da informação climática ajuda a antecipar doenças sensíveis ao clima e ainda enquanto os sistemas de alerta precoce podem atenuar a pobreza, com as pessoas a terem a oportunidade de se prepararem para os impactos.

A probabilidade de a temperatura média global próxima da superfície exceder temporariamente 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais [limite a partir do qual os impactos das alterações climáticas poderão ser catastróficos] num dos próximos cinco anos é já de 66%, sustenta o documento, que refere também que as emissões globais de gases com efeito de estufa devem ser reduzidas 45% para limitar o aquecimento a 1,5 graus até 2030 e que as emissões de dióxido de carbono (CO2) têm de se aproximar do zero até 2050.

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