
Mercado petrolífero será suficientemente abastecido no I semestre, diz Agência Internacional de Energia
A instituição com sede em Paris, perspetiva um aumento da procura de dois milhões de barris por dia em 2023 para 101,9 milhões, o que significa um novo recorde, 1,4 milhões acima do nível de 2019, o último ano antes do início da crise da covid-19.
Num relatório mensal publicado hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que o mercado mundial do petróleo será suficientemente abastecido no primeiro semestre deste ano porque a oferta vai superar a procura, mas alerta para mudanças rápidas caso haja cortes da Rússia superiores aos anunciados.
A AIE prevê um aumento da procura de dois milhões de barris por dia em 2023 para 101,9 milhões, o que significa um novo recorde, 1,4 milhões acima do nível de 2019, o último ano antes do início da crise da covid-19.A maior parte deste consumo adicional virá da região Ásia-Pacífico (1,6 milhões) e em particular da China, que por si só absorverá mais 900 mil barris por dia do que em 2022, com a sua reabertura após o fim da política de “zero-covid” a desempenhar um papel importante.
A nível dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), a procura de petróleo aumentará muito moderadamente (mais 390 mil barris por dia), ou seja, a um ritmo muito mais lento do que em 2022 (1,2 milhões).
Analisando a evolução por sector de atividade, a aviação será de longe o principal motor deste crescimento global, com um aumento das despesas em parafina equivalente a 1,1 milhões de barris por dia para 7,2 milhões de barris por dia, o que significaria uma recuperação de 90% do nível em 2019.
Do lado da oferta, a agência , que reúne a maioria dos membros da OCDE, prevê um aumento de 1,2 milhões de barris por dia, principalmente devido aos Estados Unidos, Brasil, Noruega, Canadá e Guiana, que irão fornecer quantidades recorde de petróleo, e assim compensar largamente os cortes da Rússia.
AIE espera também um aumento das extrações de dois membros-chave da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP, associada a Moscovo), Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que retirarão parte das suas capacidades excedentárias, estimadas em 3,4 milhões de barris por dia.
De forma global, a contribuição do bloco OPEP+ (com a Rússia) deverá diminuir a produção em 590 mil barris por dia. Mas se a Rússia for excluída, o saldo seria positivo em 460 mil barris.
A agência considera que o anúncio da Rússia de que irá reduzir a sua produção em 500 mil barris por dia em março, em resposta ao limite de preços imposto ao seu petróleo bruto pelo G7 e pela UE, poderia ser uma forma de tentar aumentar os seus preços de venda.