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Marcos Jinguba nomeado no Prince Claus Seed Awards

O curator e activista cultural, Marcos Jinguba está entre as 100 pessoas nomeadas da edição de 2023 do “Prince Claus Seed Awards”, um prémio que reconhece o trabalho de artistas e curadores do Sul-Global. Luamba Muinga, Yola Balanga e Pamina Sebastião são outros artistas angolanos nomeados noutras ocasiões.

Regressado de uma temporada no Brasil, país onde esteve a construir pontes para permitir uma maior circulação entre artistas dos dois países, o curador reagiu à notícia do seguinte modo: “recebi o anúncio da Prince Claus Fund, sediada nos Países Baixos, como um dos premiados da edição de 2023, do Prince Claus Seed Awards, este prémio é essencialmente um reconhecimento mundial pelo trabalho que venho desenvolvendo localmente”.

Marcos Jinguba reconhece que esta conquista é, também, uma motivação para dar continuidade do  foco como curador e produtor cultural que passa por promover a produção da arte nacional, africana e da diaspora, através de pesquisa, realização e articulação pelo Sul-Global, como acabou de fazer em vários Estados do Brasil.

Assumiu que agora a responsabilidade é maior , “agora é necessário trabalhar melhor e mostrar resultados. Outro aspecto bom é que o prémio abre caminhos para uma visibilidade internacional da pessoa, o que pode permitir uma atenção sobre o seu perfil.

Segundo Marcos Junguba, o processo obedeceu a uma selecção em que participaram mais de 1000 candidatos do hemisfério sul todo. Foi aberta ao público em Janeiro e só depois de seis é que se actualizaram os resultados para todos. Todo mundo é comunicado, desde quem não teve êxitos e os indicados.

Os artistas escolhidos deveriam ter um histórico na área que submeteram a candidatura, Segundo o nomeado, foi determinante, “apresentar uma óptima proposta que perspectiva o uso do prémio e, também, ter uma carta de recomendação de trabalhadores culturais, são em si elementos primordiais para submeter a candidatura e foram, para mim, os elementos que permitiram ser selecionado ao prémio”.

Ao falar dos proximos passos “o maior desafio é aguardar mais de seis meses para receber um resultado de um prémio global. Sempre será um misto de falsa esperança e muita ansiedade. Pessoalmente, tive que desistir da expectativa, sem pensar na existência do prémio como tal, apenas continuar com a vida e trabalho normal, depois de ter feito a candidatura. Outro desafio é o estatuto que o prémio impõe”.

“Prince Claus Seed Awards” foi criado em 1996, o Fundo Prince Claus, nos Paises Baixos encontrou várias formas de cumprir o  objectivo de apoiar as artes e a cultura, especialmente onde está sob pressão em África, Ásia, América Latina, Caraíbas e Europa Oriente. De forma consistente apoiam, conectam e celebram artistas e profissionais culturais  através dos prémios, com três  categorias que se destinam a apoiar artistas e profissionais culturais de diferentes formas em fases cruciais das suas carreiras profissionais.

Marcos Jinguba é poeta, curador de arte e produtor cultural. Abraçou o activismo cultural desde cedo e é um dos vários dinamizadores e agitadores do sistema cultural luandense, olhando para a política cultural, as questões de género, a dinâmica urbana e as questões raciais como ferramentas para o seu trabalho. Marcos é mentor e fundador da agência de produção e promoção cultural Kianda Sessions, produtor cultural e membro fundador do Laboratório de Crítica e Curatorial, plataforma de pesquisa e compartilhamento de práticas curatoriais. Marcos também trabalha como curador e director de arte na galeria de arte contemporânea Movart, em Luanda, e contribui para organizações literárias, como o Movimento Lev’Arte.

No mês passado, realizou uma digressão de intercâmbio cultural no Brasil onde partilhou experiência e articulou possíveis residências artísticas, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Salvador.

Marcos Jinguba falou da arte angolana desde a independência até à actualidade, dos artistas, curadores, galerias e outros integrantes da cena artística. Também abordou a realização de eventos, a exemplo de exposições, residências artísticas e outros ligados às artes visuais e plásticas.

Destaque para a palestra com o tema “Cena de Arte Contemporânea em Angola”, no Centro de Estudos e Pesquisas em Humanidades da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O encontro foi uma realização do Grupo de Estudos Representações Sociais – Arte, Ciência e Ideologia e do Núcleo de Pesquisa de Moda em Ciências Sociais, com apoio do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, da UFBA, e do Centro Cultural Casa de Angola na Bahia.

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