
Lusófonos com presença reforçada na semana de energia na Cidade do Cabo
Angola, Moçambique e Guiné Equatorial são os países lusófonos em destaque na Semana Africana da Energia (AEW, sigla em inglês), que arranca hoje, segunda-feira, dia 29, na Cidade do Cabo, na África do Sul, reunindo investidores e líderes políticos e empresariais, revelou a agência Lusa.
“Sendo o maior encontro de líderes do sector energético, investidores, decisores políticos e inovadores da indústria do continente, a AEW atrai mais de sete mil partes interessadas de mais de 100 países”, lê-se no programa, que afirma que “a AEW não é apenas uma conferência — é onde se assinam acordos, se definem políticas e se estabelecem parcerias, criando oportunidades de negócio tangíveis nos sectores do petróleo, gás, energias renováveis e infra-estruturas.”
Onshore ganha força em Angola
Entre as sessões programadas, Angola estará em destaque num debate sobre a utilização de mão-de-obra local, e terá também o lugar central noutras sessões sobre a exploração de petróleo e gás em terra. “Embora o sector offshore de Angola tenha tradicionalmente dominado a narrativa petrolífera do país, a exploração onshore está a ressurgir como uma fronteira estratégica com potencial significativo para diversificar e expandir a base de produção de hidrocarbonetos da região”, considera a Câmara África de Energia, que organiza o encontro.
“Com bacias terrestres pouco exploradas e um foco renovado do Governo no desenvolvimento de conteúdo local, Angola está a criar condições favoráveis para que novos operadores e operadores existentes explorem as suas reservas terrestres”, lê-se na antecipação do encontro.
Moçambique terá um painel dedicado a apresentar propostas de investimento, e a organização “criou condições para restabelecer as operações no emblemático projecto de gás natural liquefeito (GNL) de 20 mil milhões de dólares na província de Cabo Delgado, sinalizando uma nova oportunidade para um desenvolvimento significativo do gás no País.”
Os intervenientes neste debate vão explicar porque é que o gás é “fundamental para acelerar o progresso socioeconómico” em Moçambique, antecipam.
Guiné-Equatorial pretende abrir nova era
Na semana passada, o ministro dos Hidrocarbonetos e Desenvolvimento Mineiro da Guiné Equatorial avançou que pretende abrir “uma nova era” no sector petrolífero, quando anunciar a nova ronda de licenças para exploração petrolífera durante esta conferência internacional.
“O ciclo de concessão de licenças EG 2026 representa um passo crucial para maximizar o potencial offshore (ao largo da costa) e onshore (em terra) da Guiné Equatorial; vai atrair investidores de renome, estimulará a exploração e promoverá um crescimento sustentável”, afirmou Antonio Oburu Ondo, antecipando o anúncio que será feito nesta segunda-feira.
Na apresentação da sessão de segunda-feira, primeiro dia da AEW, a Guiné Equatorial vai vincar que o ciclo de concessão de novas licenças a partir de 2026 será “a plataforma oficial para inaugurar uma nova onda de investimentos e sucesso em matéria de exploração na Guiné Equatorial”, que tenta compensar uma quebra da produção nos últimos anos.
“Este ciclo oferecerá oportunidades em novas áreas para explorar jazidas comprovadas e inovadoras em profundidades moderadas, apoiadas por medidas fiscais de primeira linha e condições cada vez mais atractivas”, destacou o ministro Oburu Ondo, citado no comunicado.
Refira-se que a conferência, sob o tema global “Investir nas energias de África” e “Posicionar África como o campeão global da energia”, irá decorrer até sexta-feira, dia 3 de Outubro.