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Kristalina Georgieva encoraja Angola a continuar aposta na diversificação económica

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, encorajou quarta-feira, em Luanda, as autoridades angolanas a manterem o foco na diversificação da economia, com prioridade para os sectores da Agricultura e Indústria.

A informação foi avançada pelo director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Relações Internacionais do Ministério das Finanças, Patrício Neto, no final do encontro entre a delegação do FMI e a equipa económica do Executivo.

Segundo o responsável, Georgieva destacou que a aposta nesses sectores é fundamental, uma vez que o petróleo, embora dominante, emprega relativamente pouca mão-de-obra, devido ao uso intensivo de tecnologia. “O país precisa aumentar a oferta de emprego, e a agricultura e a indústria transformadora têm maior potencial para absorver trabalhadores”, explicou.
A líder do FMI também recomendou o reforço da cadeia de valor do agronegócio, o estímulo ao emprego juvenil e maior aposta no turismo, pescas e novas tecnologias.
De acordo com Patrício Neto, a visita de Kristalina Georgieva tem como objectivo fortalecer os 37 anos de cooperação entre o FMI e Angola e consolidar a proximidade institucional. O diálogo entre as partes centrou-se em três eixos, nomeadamente o reconhecimento dos progressos de Angola no ajustamento macroeconómico alcançados, apesar do contexto adverso; o incentivo à continuidade das reformas voltadas para a diversificação económica, considerada essencial para reduzir a dependência do petróleo e aumentar a resiliência do país; e por último a partilha da visão global do FMI sobre as perspectivas do crescimento mundial.
Nesta última vertente, Georgieva elogiou o papel de Angola na presidência da União Africana, destacando a relevância dos temas conduzidos no mandato, incluindo a Cimeira das Infra-estruturas, vista como estratégica para a integração económica regional e para o crescimento global. Também sublinhou a importância do Corredor do Lobito no contexto do desenvolvimento regional.
Questionado sobre um eventual apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional à tesouraria angolana, Patrício Neto esclareceu que, no momento, a relação entre Angola e a instituição assenta em dois pilares, designadamente assistência técnica e avaliações económicas regulares no âmbito do Artigo 4.º. Apesar de Angola ter acesso a instrumentos de financiamento como qualquer Estado-membro, disse que “esse não foi um tema discutido na reunião”, afirmou. A visita, disse, visa sobretudo reforçar as relações de cooperação.
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