
Japão propõe criação de zona económica comum entre Índico e África
O Japão propôs esta quarta-feira, dia 20, a criação de uma zona económica comum que abranja o oceano Índico e África para aproveitar o potencial económico do continente, onde a China está a aumentar a influência.
De acordo com um artigo publicado pela Lusa, a proposta foi apresentada pelo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, na abertura da 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD), em Yokohama, co-presidida pelo Japão e por Angola.
“Fortaleceremos a conectividade regional e construiremos uma zona económica livre e justa”, declarou Ishiba, que propôs também o lançamento de um quadro orientado para Governos, indústrias e o mundo académico para promover o livre comércio em África.
Durante o fórum, o Governo japonês deverá anunciar um programa de colaboração com um laboratório de investigação de pós-graduação da Universidade de Tóquio, da Agência de Cooperação Internacional do Japão e de universidades africanas.
A iniciativa tem como objectivo formar cerca de 30 mil pessoas em matéria de Inteligência Artificial (IA) nos próximos três anos, de acordo com os meios de comunicação social japoneses.
Representantes de cerca de 50 países e organizações participam na conferência, que se concentra em discussões sobre cooperação económica com o Japão, ajuda ao desenvolvimento e os desafios enfrentados por África. Os organizadores do evento prevêem que o número de participantes ultrapasse os dez mil este ano, pelo que foi montado um grande dispositivo de segurança.
Os debates da 9.ª edição giram em torno de três pilares: paz e estabilidade, questões económicas e assuntos sociais, como saúde, alterações climáticas ou intercâmbio de jovens talentos.
Está prevista a aprovação, na sexta-feira, da “Declaração de Yokohama”, que visa promover o desenvolvimento de África através da cooperação entre o Japão e a União Africana.
Os resultados da conferência deverão ser apresentados pelo primeiro-ministro japonês e pelo Presidente de Angola, João Lourenço, numa conferência de imprensa conjunta.