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IDE no continente africano registou aumento de 84% em 2024

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em África atingiu um recorde de 94 mil milhões de dólares em 2024, traduzindo-se num crescimento de 84% face ao ano anterior. Este aumento reflecte uma confiança crescente dos investidores internacionais no continente africano, de acordo com a publicação digital ‘Further Africa’.

Grande parte deste crescimento deveu-se ao desenvolvimento da Península de Ras El-Hekma, no Egipto. O projecto, financiado pela Abu Dhabi Developmental Holding Company (ADQ), prevê infra-estruturas modernas, turismo de luxo, zona de comércio livre e um centro financeiro integrado.

Mesmo sem contar com este megaprojecto, o IDE em África alcançou 50 mil milhões de dólares, o que representa uma subida de 23%. Este resultado é relevante, tendo em conta o cenário económico global instável, com juros altos, dívida crescente e tensões geopolíticas.

O crescimento do IDE não se limitou a um único país ou sector. Áreas como energias renováveis, telecomunicações e mineração destacaram-se, enquanto Egipto, África do Sul e Nigéria lideraram na captação de capital estrangeiro.

A diversidade de sectores e países receptores mostra que África está a tornar-se um destino de investimento mais maduro e atractivo. O capital estrangeiro começa a procurar oportunidades sustentáveis de longo prazo, além dos grandes projectos mediáticos.

Este desempenho contrasta com o cenário global. O IDE mundial subiu apenas 11%, para 1,4 biliões de dólares. Ao excluir as economias europeias intermediárias, o valor global registou uma queda de 8%, revelando um enfraquecimento geral do investimento internacional.

Enquanto a América do Norte cresceu 13%, graças ao aumento das fusões e aquisições nos Estados Unidos da América (EUA), a Europa sofreu uma queda de 45%. Já as economias em desenvolvimento registaram uma nova descida, com o IDE a recuar 2%, o que compromete os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O investimento global ligado aos ODS caiu 11% e sectores como agricultura, água e saneamento receberam menos projectos do que em 2015. Para manter a tendência positiva, África precisa de reforçar a transparência, resolver riscos políticos e investir em infra-estruturas estratégicas.

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